A embarcação Aquarius e mais duas italianas rumam a Espanha com mais de seiscentas pessoas a bordo, resgatadas do Mediterrâneo.
Após mais de três dias no mar tudo o que eles querem é chegar a terra firme, europeia de preferência. Foram resgatados do mar e estão agora a caminho da cidade espanhola de Valência, depois de Itália recusar o seu desembarque. O alívio de quem temia ter de regressar à Líbia é grande:
"Pedimos a Deus que abençoe Espanha e todos os países relacionados com a Europa. Obrigado", desabafou à correspondente da euronews, Anelise Borges, que segue a bordo do Aquarius.
Uma parte das mais de 600 pessoas segue a bordo do navio Aquarius, da organização não-governamental SOS Mediterranée, a restante foi repartida pelo navio Orione da Marinha italiana e pelo navio Dattilo da guarda costeira do mesmo país. Uma viagem longa:
"Serão pelo menos três dias e meio, em boas condições meteorológicas, mas já sabemos que encontraremos ventos de oeste fortes e, portanto, provavelmente teremos que reduzir a velocidade", explica Nicola Estalla, coordenador da SOS Méditerranée.
Longa travessia e longo o caminho que têm pela frente já que a permanência no país europeu, ou noutro qualquer do velho continente não está garantida. É preciso responder a uma série de formalidades legais e só depois disso se decide quem fica e quem é obrigado a partir.
Enquanto alguns saboreiam ainda o resgate sobre outros paira já a nuvem da incerteza sobre as suas cabeças.
Ainda assim, o facto de terem sobrevivido ao novo Cabo das Tormentas, a travessia do Mediterrâneo, é já uma conquista. Na semana passada, a Cruz Vermelha pedia o fim do "massacre" que aqui está a acontecer, depois da morte de mais de 110 imigrantes que tentavam chegar à Europa.