Bucareste acusa Comissão de pressionar saída do Governo do PSD

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De  Antonio Oliveira E Silva com AFP
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Primeira-ministra romena enviou carta a Jean-Claude Juncker em que denuncia o que define como "precedente perigoso."

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A primeira-ministra da Roménia, Viorica Dancila, denunciou o que defeiniu como uma tentativa de derrubar pela força o Governo de Bucareste, numa carta enviada à Comissão Europeia, depois das manifestações de 10 de agosto, marcadas pela violência.

Na carta enviada a Bruxelas, pode ler-se que "as tentativas de derrubar um Governo legítimo pode representar um precedente perigoso para os Estados democráticos.

"A Roménia é um país estável e o Governo prepara-se para assumir a presidência da UE em janeiro," recordou a primeira-ministra. No entanto, muitas são as vozes, no parlamento europeu, que julgam que a Roménia não está à altura das expectativas.

Espera-se agora uma resposta da parte de Bruxelas. O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, deverá responder à carta da primeira-ministra romena "no seu devido tempo," disse um porta-voz da Comissão à Agência France Presse.

Nas manifestações de há cerca de uma semana, pelo menos 450 pessoas, 30 das quais, agentes da autoridades, ficaram feridas durante os protestos que concentraram cerca de 80 manifestantes na capital romena.

Os agentes lançaram gás lacrimogéneo e canhões de água sobre os manifestantes, depois de vários hooligans terem tentado romper o cordão policial. Mais de 200 pessoas fizeram queixa contra os agentes, cuja resposta foi definida como "desproporcionada."

Bruxelas tem criticado abertamente a gestão do Governo romeno, referindo que foram dados "passos atrás" em termos de reforma da Justiça de luta contra a corrupção.

Desde o regresso ao poder, no final de 2016, os sociais-democratas promoveram a adoção de vários projetos de lei que, aos olhos da Comissão Europeia, ameaçam a independência do poder judicial, ao mesmo tempo que permitem que os responsáveis políticos de escapar a investigações relacionadas com corrupção e abuso de poder.

A corrupção é um problema estrutural na Roménia e que impede o desenvolvimento do país. De acordo com estatísticas oficiais, a Roménia é um dos países mais corruptos dos 27 Estados membros da UE.

Graças aos esforços da sociedade civil, têm sido lançadas uma série de iniciativas para combater a tendência, para satisfação de Bruxelas e de várias ONG no terreno.

Nos últimos tempos, a sociedade civil parece estar mais atenta ou, pelo menos, menos tolerante a abusos. Os últimos meses ficaam marcados por manifestações com a presença de milhares de pessoas nas ruas das principais cidades do país.

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