O Papa Francisco de visita à Irlanda no meio de nova vaga de escândalos sobre abusos sexuais

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De  Euronews
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Relatório na Pensilvânia reabre crise profunda na igreja, levantando suspeitas e questões de responsabilização em escala.

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O Papa Francisco estará este fim de semana na Irlanda para uma visita de dois dias.

A Irlanda mudou profundamente desde a última visita de um Papa, a de João Paulo II em 1979. Segundo os últimos censos, de 2016, 78% da população de cinco milhões diz ser católica. No entanto a influência da Igreja na sociedade tem vindo a diminuir, em parte devido aos escândalos de pedofilia, ocorridos entre 1975 e 2004, e à evolução dos costumes no país, com a legalização do aborto ou do casamento de pessoas do mesmo sexo.

A visita do Papa Francisco à Irlanda assume um significado especial devido às revelações sobre abusos físicos e sexuais de menores durante décadas por parte de membros da igreja Católica no país. O momento da visita é especialmente delicado, dados os novos escândalos relativos a abusos sexuais em erupção noutros países, o mais recente dos quais nos Estados Unidos, onde um relatório de 1400 páginas publicado há dois dias pelo Supremo Tribunal do estado da Pensilvânia revela o envolvimento de 300 sacerdotes em abusos sexuais de mais de 1000 crianças.

O principal motivo da visita é o Encontro Mundial de Famílias, que decorre em Dublin, mas o tema dos abusos não deverá fugir da agenda do Sumo Pontífice. No seu sermão aos fíeis, deverá abordar também a questão do acesso ao casamento entre pessoas do mesmo sexo bem como o direito ao aborto.

A nova vaga de escândalos chocou o mundo e reabriu uma crise profunda na igreja, levantando suspeitas e questões de responsabilização criminal em escala.

O Vaticano quebrou na quinta-feira o silêncio sobre o relatório tornado público na Pensilvânia, afirmando numa carta aos fíeis sentir "vergonha e tristeza" pelos novos casos de abusos sexual. Mas as vítimas, bem como os crentes e o público, exigem que se passe agora das palavras às ações.

As vítimas reclamam a criação de um processo obrigatório de denúncia de abusos, a ser imposto a todos os membros da igreja independentemente da sua posição na hierarquia, que permita a responsabilização de todos e quaisquer sacerdotes pelo encobrimento de abusos.

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