Acordo bilateral entre EUA e México vai substituir compromisso conhecido por NAFTA. Trump negociar com o Canadá para incluir o vizinho do Norte no acordo mas não exclui um tratado separado
Estados Unidos e México anunciaram esta segunda-feira um novo acordo comercial, na sequência da renegociação do NAFTA, o Tratado de Livre Comércio da América do Norte.
O anúncio foi feito por Donald Trump, com o presidente americano a considerar "muito bom" o novo acordo. Do outro lado da fronteira, as reações foram igualmente entusiásticas.
"É um grande dia para o comércio", resumiu Trump. O pacto assinado pelos dois países é o primeiro passo numa cada vez mais inevitável revisão do NAFTA, que Trump sempre classificou como "desastroso".
"É um negócio incrível para os trabalhadores e para os cidadãos dos dois países. Os nossos agricultores vão ficar tão felizes. Eu disse-lhes que íamos fazer isto. O México prometeu começar imediatamente a comprar o máximo de produtos agrícolas que puder. Eles vão trabalhar muito nisso", declarou o líder da Casa Branca.
A agricultura é uma das faces mais visíveis do acordo. O México é o maior importador de carne de porco americana e um dos que mais compra milho.
Todavia, o acordo estende-se também a outras áreas, nomeadamente, a indústria automóvel, que vai sofrer um impulso de peso. Este entendimento prevê a produção de pelo menos 75% dos componentes dos automóveis na região, um aumento face aos atuais 62,5%.
Esse crescimento vai sentir-se também nos salários dos operários, face à decisão de impor um mínimo salarial de 16 dólares por hora para os trabalhadores responsáveis pela produção de 40 a 45 por cento dos materiais.
A expectativa de mexicanos e americanos é que o Canadá se junte agora à mesa das negociações. O governo canadiano, liderado pelo primeiro-ministro, Justin Trudeau, saudou o acordo, mas esclareceu que só vai assinar algo que seja bom para o futuro do seu país.