A cimeira informal dos 28 estados membros, que decorre em Salzburgo, pode ser uma das últimas oportunidades para se chegar a um compromisso nos dois dossiês.
A crise das migrações e o Brexit são os temas em cima da mesa da cimeira informal dos chefes de estado e de governo da União Europeia (UE) que arrancou esta manhã em Salzburgo, na Áustria.
A convite do presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, os líderes europeus reuniram-se para debater as migrações na perspetiva da segurança interna da UE, designadamente a proposta da Comissão Europeia (CE) de fortalecer o corpo permanente da FRONTEX, a Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira, dotando-a de 10.000 agentes até 2020.
Muitos dos líderes europeus reiteraram à entrada para esta cimeira a necessidade de encontrar uma resposta coletiva, coerente e solidária para a crise dos migrantes, até porque, como reconheceu Jean-Claude Juncker, presidente da CE, "não houve progressos significativos nesta matéria" no jantar informal de quarta-feira.
Alguns defenderam que é necessário ir além da discussão sobre a redistribuição de refugiados, enquanto outros salientaram a importância da solidariedade e da defesa dos valores europeus.
Paralelamente, o Brexit será o outro prato forte desta cimeira. A cerca de seis meses da anunciada saída do Reino Unido da União Europeia, foram vários os chefes de estado, como o Presidente francês, Emmanuel Macron, a alertar para o tempo que já escasseia para um acordo.
"Haverá crispações, haverá sempre momentos difíceis", começou por avisar o chefe de Estado gaulês. Porém, reiterou a importância dos estados membros estarem unidos: "Devemos defender os interesses da UE no curto, médio e longo prazo. É importante que estejamos unidos e tenhamos uma abordagem coletiva".
A expectativa é que seja ainda encontrada neste outono uma solução definitiva para este longo processo negocial, isto quando faltam praticamente seis meses para o fim do prazo estipulado para o Reino Unido deixar a UE: 29 de março de 2019. Nesse sentido, Donald Tusk já anunciou a marcação de uma cimeira extraordinária para novembro.