De acordo com a autarquia de Paris, são assinaladas cerca de cinco mil moradias insalubres, todos os anos.
A especulação imobiliária em Paris faz com que seja muito difícil encontrar um apartamento adequado para arrendar.
A situação de desespero leva a que várias pessoas acabem por arrendar apartamentos minúsculos.
Exemplo disso é José, um homem de 71 anos que há 25 mora num pequeno apartamento com menos de um metro quadrado.
A Fundação Abbé Pierre denunciou a situação, em pleno centro da capital francesa.
"Estamos em frente deste edifício porque uma pessoa que veio ter connosco, mora em três metros quadrados e paga cerca de 300 euros de renda. Notámos que há 10 unidades entre 1 metro quadrado e 6 metros quadrados que foram arrendadas entre os 250 e os 450 euros por apartamento", afirma Christophe Robert, da Fundação Abbé Pierre.
Devido ao espaço diminuto, na casa de José, um antigo bibliotecário, é tudo meticulosamente organizado.
"Tudo está arrumado, tudo é disciplinado ao centímetro, para que não haja um grão de arroz que não tenha um lugar para poder viver", diz José.
De acordo com a autarquia de Paris, s são assinaladas cerca de cinco mil moradias insalubres, todos os anos.
As autoridades da capital gaulesa sublinham que o mercado imobiliário tem de cumprir a legislação.
O adjunto da autarquia do pelouro do alojamento, Ian Brossat, conta que "muitos inquilinos sentem que não têm direito a nada. A realidade é que o direito de propriedade não é o direito de arrendar apartamentos insalubres".
Em 1996, foi criada a "Lei Carrez" que regula que o cálculo da área de um imóvel só será tida em consideração se tiver mais de nove metros quadrados e mais de um metro e oitenta de altura.