Confrontos entre independentistas e polícia agitam Catalunha

Confrontos entre independentistas e polícia agitam Catalunha
De  João Paulo Godinho com LUSA / Reuters
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button

A violência marcou a efeméride do primeiro aniversário da consulta popular de 1 de outubro de 2017, que deu voz à vontade de independência da região.

PUBLICIDADE

Momentos de tensão e violência marcaram o primeiro aniversário do referendo unilateral para a independência da Catalunha.

A polícia regional catalã, conhecida como Mossos d'Esquadra, foi obrigada a fazer várias cargas sobre centenas de manifestantes que se concentraram junto ao parlamento catalão e à sede da Polícia Nacional em Barcelona.

Com o uso de equipamentos antimotim e balas de borracha, as autoridades acabaram por conseguir dispersar os radicais independentistas que queriam invadir o parlamento.

Os confrontos deixaram 32 agentes feridos, além de dezenas de manifestantes, que tentaram quebrar as barreiras de segurança e queimaram bandeiras de Espanha durante o protesto.

Se há um ano, os confrontos haviam sido com a Polícia nacional, desta vez foi a própria força catalã a intervir para conter os excessos da manifestação.

A violência foi já condenada por Carles Puigdemont. O ex-presidente do governo regional da Catalunha e principal rosto do projeto independentista afirmou que "se os manifestantes vão encapuzados, então não são verdadeiramente partidários do referendo de 1 de outubro" de 2017.

Este foi o culminar de um dia agitado em Barcelona, depois de milhares de estudantes se terem manifestado de tarde no centro da cidade a exigir a validação do 'Sim' no referendo e de alguns terem acusado o atual executivo catalão, presidido por Quim Torra, de atraiçoar o desejo independentista ao não forçar a saída unilateral da Catalunha.

Os estudantes reclamaram também pelo regresso dos exilados e a liberdade para os presos políticos, em alusão aos nove dirigentes que continuam detidos pelas autoridades espanholas e que aguardam julgamento. Em causa estão delitos de sedição, rebelião e peculato. 

Os independentistas exigem ainda um referendo regional sobre a independência da Catalunha, em moldes semelhantes aos que foram realizados no Quebeque (Canadá) ou na Escócia (Reino Unido). No entanto, a Constituição de Espanha apenas permite uma consulta eleitoral que ponha em causa a unidade do país se esta for realizada a nível nacional.

O governo regional então liderado por Carles Puigdemont, apoiado desde 2015 por uma maioria parlamentar de partidos separatistas, organizou e realizou um referendo em 01 de outubro de 2017, que foi considerado ilegal pelo Tribunal Constitucional espanhol.

O processo de independência foi interrompido em 27 de outubro de 2017, quando o Governo central espanhol decidiu intervir na Comunidade Autónoma. As eleições regionais, que se realizaram em 21 de dezembro último, voltaram a ser ganhas pelos partidos separatistas.

Outras fontes • El País / El Mundo

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

14 feridos numa manifestação em Barcelona

Câmara dos Deputados espanhola rejeita Lei de Amnistia

Direita espanhola nas ruas contra acordo de amnistia para independentistas catalães