Projeto de legalização conta com a oposição das Igrejas Católica e Evangélica
Em Cuba, o debate em torno da legalização do casamento homossexual tem vindo a subir de intensidade. Em causa está uma reforma constitucional cujo objetivo é legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Mariela Castro, filha do secretário-geral do Partido Comunista, Raúl Castro, é a cabeça de proa do projeto.
Em setembro, o presidente Miguel Diaz Canel afirmava-se favorável à legalização.
"Sou a favor do casamento homossexual e acredito acima de tudo no reconhecimento do casamento entre duas pessoas sem limitações. Isto resultará na eliminação de todos os tipos de discriminação na sociedade", disse o líder cubano no decurso de uma entrevista na televisão.
Mas entre a população reina o ceticismo. A Igreja Católica e a Igreja Evangélica ambas manifestaram oposição à reforma constitucional. A legislação atualmente em vigor apenas reconhece o casamento entre um homem e uma mulher, um ponto de vista que continua a ser partilhado por muitos cubanos.
"Nós compreendemos que se trata de um processo judicial que não depende da Igreja. No entanto, a proposta feita por milhares de crentes, não é apenas uma proposta da Igreja enquanto instituição, mas de milhares de cidadãos representados pela Igreja e que essencialmente se encontre uma outra definição para esse tipo de casamento", afirma Yoel Suarez, membro da Liga Evangélica de Cuba.
O governo de partido único irá agora rever as respostas obtidas através do processo de consulta popular antes de sujeitar a emenda constitucional a um referendo popular previsto para o próximo mês de fevereiro.