Acordo de Idlib em vigor esta segunda-feira

Acordo de Idlib em vigor esta segunda-feira
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De  Antonio Oliveira E Silva com Reuters
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Governo sírio de Bashar al-Assad avisou esta segunda-feira os rebeldes sobre as consequência de um não-cumprimento do acordo conseguido entre forças turcas e russas para a região.

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Tahrir al-Sham, um dos principais grupos jiadistas presentes em território sírio, disse no domingo que aceitava os termos de um acordo entre Moscovo e Ancara para prevenir uma eventual ofensiva da parte do exército do Governo de Bashar al-Assad na província de Idlib, noroeste do país, fronteira com a Turquia.

A posição dos rebeldes foi dada a conhecer um dia antes do prazo dado pelo exército sírio depois de, segundo explicaram, um período de consulta.

Segunda-feira, o ministro sírio dos Negócios Estrangeiros avisou os rebeldes e disse que a situação em Idlib não seria sustentável se os militantes não cumprissem com os termos do acordo definidos por russos e turcos.

Walid al-Moualem acrescentou ainda, durante uma conferência de imprensa em Damasco, que cabia à Rússia avaliar o cumprimento do acordo da parte dos rebeldes.

"Para nós Idlib é como qualquer outra província," explicou o ministro sírio dos Negócios Estrangeiros. "Uma província que deve voltar a soberania síria. E preferimos que tal aconteça de forma pacífica, através de uma reconciliação, mas, se não for o caso, existem outras opções."

Embora não tenha dito que seguiria as condições do acordo à risca, o grupo Tahrir al-Sham referiu a necessidade de garantir a segurança das populações da região, acrescentando que valorizava as iniciativas e os esforços para a proteção do território, no que poderia ser uma referência à Turquia.

No comunicado, os jiadistas referiram ainda que desconfiavam do que definiram como "o ocupante russo" e que não esqueciam a presença de "combatentes estrangeiros" que o ajudavam no terreno.

O grupo Tahrir al-Sham é uma aliança jiadista liderada pela antiga Frente al-Nusra, movimento próximo da al-Qaeda. Outro grupo rebelde presente no terreno é a Frente Nacional de Libertação, aliança próxima da Turquia e que já disse apoiar o acordo.

Uma zona desmilitarizada

O acordo define uma área desmilitarizada de entre 15 a 20 quilómetros em território controlado pelos rebeldes e que deve estar livre de armas até segunda-feira.

Prevê-se que forças turcas e russas patrulhem a área.

A Turquia fez vários esforços para convencer os rebeldes do Tahrir al-Sham a assinar o acordo, de forma a evitar uma ofensiva da parte de Damasco e do exército de Moscovo, que poderia dar origem a uma nova onda de refugiados.

Vivem cerca de três milhões de pessoas na província de Idlib, o último bastião rebelde na Síria. Mais de metade dos habitantes tiveram de deixar as suas casas por causa do conflito.

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