Polónia deverá ficar de fora do pacto mundial da ONU para as migrações

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De  Ricardo Borges de Carvalho  com AFP/EFE
Polónia deverá ficar de fora do pacto mundial da ONU para as migrações

Recebida com honras militares esta sexta-feira, em Varsóvia, a chanceler alemã evitou falar sobre temas que pudessem prejudicar as relações entre Alemanha e Polónia, como a recente reforma judicial do governo polaco.

Ainda assim, há assuntos onde as divergências entre os dois governos são notórias, como é o caso do pacto mundial da ONU para os direitos dos migrantes. Um pacto onde a Alemanha está envolvida desde o primeiro instante, como sublinhou Angela Merkel.

"Da parte da Alemanha, estivemos muito envolvidos neste pacto de migração porque, por um lado, enfatizamos a soberania dos estados neste pacto e deixamos claro que a decisão pertence a cada país. Por outro lado, existem acordos internacionais como a Convenção de Genebra sobre Refugiados, e em terceiro lugar, há também uma responsabilidade dos países de origem que são contra a migração ilegal ".

Na conferência de imprensa conjunta, também o primeiro-ministro polaco revelou um tom conciliador, e ao contrário de outras ocasiões em que criticou a política alemã de acolhimento aos migrantes, desta vez Mateusz Morawiecki foi mais diplomático.

"Não tenho a certeza sobre a Alemanha, mas posso dizer que nós, Polónia, estamos a analisar e é muito provável que, tal como a Áustria, Republica Checa ou os Estados Unidos, também não faremos parte do Pacto Global da ONU. Achamos que as regras soberanas relativas à proteção das fronteiras e ao controlo dos fluxos migratórios são a nossa prioridade absoluta."

Apesar das regras europeias, o governo polaco recusou até agora acolher qualquer refugiado que chegou à costa de Itália ou da Grécia.