Em reação às sanções dos EUA, Hassan Rouhani disse que o Itão está "numa situação de guerra económica, face ao assédio do inimigo"
Os exercícios militares organizados no Irão servem de metáfora para a resposta de Teerão às sanções de Donald Trump.
O chefe da diplomacia iraniana, Mohammad Javad Zarif, afirmou que "o tiro está a sair pela culatra" e que são os Estados Unidos que estão a ficar mais isolados, e não a república islâmica.
O presidente iraniano assegurou que o país vai derrotar "com orgulho" sanções que classificou de "ilegais e injustas".
Hassan Rouhani afirmou que estão "numa situação de guerra económica, face ao assédio do inimigo. Antes era Saddam [Hussein], agora é Trump, mas não há diferença. É preciso resistir e vencer".
Rouhani diz que o Irão continuará a vender petróleo, apesar das restrições impostas. Mas, nas ruas de Teerão, os cidadãos comuns temem os efeitos colaterais do braço-de-ferro entre o regime dos Ayatollhas e Washington.
Um comerciante diz que "nos mercados, é fácil ver os efeitos das sanções" e dá o exemplo de "um homem que veio comprar loção para o bebé, mas que nem tinha dinheiro devido à difícil situação económica, que só vai pior para uma população já bastante pobre".
O levantamento de sanções em consequência do acordo nuclear de 2015 tinha sido uma benesse para os negócios iranianos. Mas agora tudo pode cair por terra.
O diretor de uma empresa de publicidade diz que teve de despedir "várias pessoas, explicando-lhes que lamenta mas que não tem trabalho para lhes dar". E acrescenta que "agora, há toda uma faixa de jovens, entre 25 e 35 anos, com estudos e excitados com o futuro, aos quais está ser retirada a esperança".
Desde que Washington anunciou as sanções, as exportações petrolíferas iranianas sofreram uma redução de 800.000 barris por dia e a moeda nacional desvalorizou-se fortemente.
O Fundo Monetário Internacional estima para o Irão uma contração económica de 3,6 por cento em 2019, acompanhada por uma inflação de mais de 30 por cento.