Conflito de quatro anos já provocou mais de dez mil mortos e para António Guterres, a destruição de Hodeida pode gerar uma situação catastrófica
A batalha pelo controlo do porto de Hodeida apresenta-se como decisiva para o Iémen. Os apelos da comunidade internacional a um cessar-fogo têm caído em saco roto e apesar da situação ter acalmado esta segunda-feira, nem por isso se está mais próximo de uma solução.
A coligação liderada pela Arábia Saudita garantiu que a operação para recuperar a cidade portuária aos insurgentes Houthi iria continuar, o que deixa uma nuvem negra sobre o futuro do país. É por aqui que entram no Iémen oitenta por cento dos alimentos e bens essenciais importados, e se a fome na região já é preocupante, pode assumir proporções catastróficas.
Para a ONU, é hora de dizer basta a um conflito que já provocou mais de dez mil mortos em quatro anos. De acordo com o Secretário-Geral esta é uma "guerra que ninguém ganha e que cria um desastre humanitário absolutamente inaceitável". O português "espera que os intervenientes diretos no conflito o possam compreender o mais rapidamente possível" até porque "se, por exemplo, em Hodeida, o porto for destruído teremos depois uma situação absolutamente catastrófica."
Guterres revelou ainda que as Nações Unidas estão a fornecer ajuda alimentar a oito milhões de iemenitas mas que esse número pode aumentar para os 14 milhões no próximo ano.