Angela Merkel pede Europa mais tolerante para o futuro

Angela Merkel pede Europa mais tolerante para o futuro
De  João Paulo Godinho
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A chanceler alemã discursou esta terça-feira perante os eurodeputados europeus, em Estrasburgo.

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Angela Merkel esteve no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, para refletir sobre o futuro da Europa.

Da defesa de um exército europeu ao apelo aos avisos para Itália cumprir os requisitos do Tratado Orçamental, a chanceler da Alemanha deixou recados para o presente e uma visão de como o Velho Continente deve evoluir nos próximos anos.

"Temos cooperação ao nível ao militar, e isso é muito bom, mas o que devemos fazer, e isto é muito importante, é trabalhar na visão de um dia criarmos um verdadeiro exército europeu", afirmou a chefe do governo alemão, indiferente aos apupos de alguns eurodeputados: "É ótimo estar a aborrecer algumas pessoas. Só podemos defender os nossos interesses quando agimos juntos. O tempo em que podíamos contar com outros ficou para trás."

O governo italiano também não foi esquecido pelo seu desafio às contas de Bruxelas e Angela Merkel frisou a necessidade da zona euro falar a uma só voz e em sintonia. "Quem despreza os seus deveres e não leva a sério problema da dívida põe em causa toda a Europa", atirou.

Paralelamente, reiterou a necessidade de uma maior tolerância na Europa: "Torna-se cada vez mais importante para nós, europeus, estarmos juntos. E é por isso que na União Europeia precisamos mais do que nunca do respeito pelo outro e pelos seus interesses. Mais do que nunca, precisamos de entender que a tolerância é a alma da Europa, é uma parte essencial do que somos como europeus, e que somente com tolerância podemos desenvolver a disposição de ver os interesses e as necessidades do outro como os nossos."

Apesar do discurso de conciliação, Merkel foi alvo de protestos, com os eurodeputados do SPD a responsabilizarem-na por não defender os serviços públicos.

"Ela nunca fez um grande discurso na Alemanha para defender a zona do euro, nunca explicou às pessoas porque é, antes de mais nada, também do interesse alemão estabilizar o euro e a zona euro. E se olharem para o desenvolvimento da extrema-direita, para o crescimento dos radicais na Alemanha, poderiam ver que a Alternativa para a Alemanha começou como um movimento anti-euro e se desenvolveu na direção de um partido de extrema-direita e xenófobo", disse Udo Bullman, eurodeputado alemão do SPD.

As palavras de Angela Merkel foram as primeiras ao Parlamento Europeu desde que anunciou que vai deixar a liderança da CDU e que não se vai recandidatar ao cargo de chanceler em 2021. Esta deverá ter sido a última intervenção de Merkel no Parlamento Europeu antes das eleições do organismo comunitário em maio de 2019.

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