O reitor da CEU, Michael Ignatieff, afirma que a decisão está tomada e não há mais tempo a perder
O anúncio na segunda-feira de que a Universidade da Europa Central (CEU) vai mudar a sede de Budapeste para a capital austríaca, Viena, coloca um ponto dinal num braço-de-ferro que dura há anos.
Segundo o reitor da universidade, não há mais tempo a perder pois o processo de recrutamento de novos estudantes começa em janeiro.
Uma das condições para a CEU se manter em Budapeste era ter um programa académico acreditado nos EUA. A universidade tem uma cooperação estabelecida com o Bard College situado no estado de Nova Iorque.
A repórter da euronews, Beatrix Asboth, falou com o reitor da CEU, Michael Ignatieff.
"Sou casado com uma húngara e gosto muito deste país. Estou triste mas tenho um trabalho a fazer. Em abril deste ano, membros destacados do governo húngaro visitaram o Bard College nos Estados Unidos onde temos o nosso programa e disseram-nos que estavam satisfeitos. Reconheceram o programa académico e levaram o relatório ao primeiro-ministro. E parece-me a mim que foi quando a história começou a mudar. O governo decidiu que não ia assinar o acordo e não ia tentar encontrar uma solução. Consequentemente iam forçar a nossa saída da Hungria".
euronews: A administração Trump disse que manter a Universidade da Europa Central em Budapeste era uma prioridade.
Ignatieff: "Não vimos nem tivemos a força necessária para convencer o governo Orbán a mudar de ideias. O governo Orbán estava determinado a forçar uma instituição norte-americana a sair da Hungria e na nossa opinião trata-se de um escândalo. Mas cabe aos norte-americanos fazerem algo sobre isso".
euronews: Gostaria de saber se tem uma mensagem para o Partido Popular Europeu?
Eles disseram que a liberdade académica na Hungria era uma linha vermelha...
Ignatieff: "Bem, a linha vermelha foi quebrada. Não é complicado, O Partido Popular Europeu conta com o Fidesz, tinham responsabilidades, cabe às pessoas julgarem se estas responsabilidades foram cumpridas. Na minha opinião, as linhas vermelhas foram violadas"