Theresa May sai de Bruxelas sem concessões dos parceiros

O acordo do Brexit que vai ser posto à votação nas duas câmaras do parlamento do Reino Unido é o mesmo que foi assinado entre o governo britânico e os outros 27 Estados-membros. Theresa May deixou a cimeira de Bruxelas sem que haja novas concessões por parte dos outros países. No entanto, May diz que os parceiros europeus parecem mais dispostos que nunca a ajudar a que tudo corra bem com a saída da UE.
"Esta é a declaração mais clara que tive, até agora, da União Europeia de que querem que o mecanismo de salvaguarda não seja necessário, que caso seja usado, o vai ser apenas de forma temporária e que querem trabalhar rapidamente connosco assim que o acordo tiver sido aprovado a nível parlamentar, para que comecem as negociações sobre a parceria futura", disse a chefe do governo britânico.
A cimeira não acabou sem um mal-entendido. Jean-Claude Juncker foi acusado de se ter referido a May como "nublada". O presidente da Comissão Europeia esclarece que foi sempre cordial com a chefe do governo britânico: "Não estava a falar dela, mas do debate sobre o Brexit na Grã-Bretanha, de uma forma geral. Como disse, estava a acompanhar o debate na Câmara dos Comuns e não percebo para onde o parlamento britânico se quer dirigir. Por isso tudo me parece nublado, como coberto pelo nevoeiro. Não estava, de forma alguma, a atacá-la a ela".
Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, repetiu a mensagem de que os Estados-membros não podem fazer nada por May até à votação do acordo: "Excluímos qualquer reabertura nas negociações sobre o acordo de saída da União Europeia", disse.
Com o chumbo deste acordo no parlamento britânico praticamente garantido, os cenários possíveis vão do Brexit sem acordo prévio à realização de um novo referendo, que pode deitar por terra o projeto de deixar a União Europeia.