Há um conflito diplomático sem fim à vista entre Itália e França. Os governantes italianos têm atacado o país vizinho com acusações e provocações.
Há um conflito diplomático sem fim à vista entre Itália e França. Os governantes italianos têm atacado o país vizinho com acusações e provocações. A última tem como autor o vice-primeiro-ministro Matteo Salvini, que disse esperar que os franceses não escolham o partido do presidente Macron nas eleições europeias.
Mas as críticas tinham começado pela política migratória da França. "Ele dá-nos lições sobre generosidade, bondade, hospitalidade, solidariedade e depois rejeita milhares de migrantes na fronteira com a Itália, em Ventimiglia e Piemonte. Espero que os Franceses consigam em breve libertar-se de um presidente tão mau", afirmou Salvini.
O parceiro de coligação, o vice-primeiro-ministro italiano, Luigi di Maio, também já tinha acusado a França de gerar pobreza em África: "Se a França não tivesse colónias africanas, as quais empobrece, seria a 15ª potência económica mundial. Mas está entre as que lidera, por causa do que está a fazer em África".
A França tinha criticado a Itália por ter fechado as portas a navios humanitários, que transportavam migrantes resgatados no Mediterrâneo. Gabriel Attal, porta-voz do partido de Macron, não poupou nas palavras: "Considero que a linha do Governo italiano é revoltante. É inadmissível brincar à política com vidas humanas. Parece-me indecente".
Di Maio, que é também ministro da Economia e do Trabalho, acusou a França de manipular algumas economias africanas, através do franco CFA, usado em países que foram colonizados pelos franceses.
A Itália acusou também a França de não querer estabilizar a situação na Líbia, por causa dos seus interesses petrolíferos.
Por causa destas declarações, na segunda-feira à tarde, a chefe de gabinete do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês, Nathalie Loiseau, convocou a embaixadora italiana em Paris, Teresa Castaldo.