Colete amarelo português apresenta queixa contra Estado francês

Entre apelos crescentes em nome do fim da violência, a pressão aumenta sobre o Governo francês.
Jérôme Rodrigues, um lusodescendente emblemático do movimento dos coletes amarelos, que se define como um pacifista, foi gravemente ferido pela polícia enquanto filmava as manifestações de sábado passado, na Praça da Bastilha, em Paris. O incidente aconteceu em pleno aumento do debate sobre o uso das chamadas "armas de força intermédia."
Jérôme ainda não sabe se vai voltar a ver do olho direito. Prometeu não baixar os braços e apresentou queixa contra o Estado francês.
"Sofri dois ataques por parte da polícia. Primeiro foi uma granada atirada aos meus pés, que me ensurdeceu e assustou. Três segundos mais tarde senti o impacto de uma munição que me atingiu o olho. Penso que o polícia que me atingiu o fez deliberadamente e que apontou para um alvo específico porque me atingiu no olho. Considero que foi intencional. Apelo à calma, não à vingança ou ao ódio. As pessoas precisam de manter a calma. Não quero ser um símbolo", sublinhou, em conferência de imprensa, o lusodescendente Jérôme Rodrigues.
Enquanto o Governo tenta mitigar a polémica ouvem-se pedidos de renúncia do ministro do Interior.
França é um dos únicos países na União Europeia que continua a recorrer a granadas de gás lacrimogéneo com uma pequena quantidade de explosivos TNT para refrear manifestações e desacatos da ordem pública.