EventsEventos
Loader

Find Us

FlipboardLinkedin
Apple storeGoogle Play store
PUBLICIDADE

Voltar ou não voltar à terra de onde fugiram

Voltar ou não voltar à terra de onde fugiram
Direitos de autor 
De  Euronews
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

No insight desta semana, a euronews foi falar com refugiados sírios sobre o que os afasta do país onde nasceram

PUBLICIDADE

A guerra da Síria já terminou há algum tempo mas milhares de pessoas continuam fora do país de onde fugiram. Segundo a ONU, cerca de 250 mil poderão regressar à Síria durante este ano. 

Mas muitas nem sequer querem voltar. Porquê?

Foi no maior campo de refugiados, Zaatari, que fomos conhecer Wissam Ryabi, um ex-estudante universitário. Estudava Engenharia elétrica antes de guerra o obrigar a desistir e a fugir com os pais para o campo de refugiados.

"Os confrontos começaram e decidimos que precisávamos de ir para um lugar tranquilo. Ouvimos falar deste campo para refugiados então abandonei os estudos e vim para aqui com os meus pais.", contou Wissam Ryabi.

Agora, de máquina fotográfica na mão, tira fotografias, como hobbie, às crianças do campo que partilha. Para muitas destas crianças, é a primeira vez que vêem uma máquina fotográfica.

Wissam Ryabi a tirar fotografias às crianças do campo de refugiados

A guerra da Síria moldou o destino de Wissam. Mas a luta que destruiu as paredes às quais chamava casa e empurrou milhares de pessoas para fora da Síria está em grande parte terminada.

O governo sírio avança nas áreas controladas pelos rebeldes, um pouco por todo o país, incluindo Daraa, onde Wissam costumava viver.

Na teoria, a família deste refugiado de guerra podia regressar à cidade de onde fugiu, mas só em teoria.

"Adoraria regressar à Síria, mas ainda não é seguro voltar. Se eu voltasse, teria que me juntar ao exército.", admite. 

O medo do recrutamento forçado mantém jovens como Wissam longe do país. E. para aqueles que já fizeram parte do sistema, as perspectivas de futuro são muito mais escuras, como é o caso de "Ali", desertor do exército sírio.

"Não queria fazer parte dos assassinatos, mas quando terminei o serviço obrigatório, eles não me deixaram sair. Mantiveram-me mais um mês, dois, três meses. Não aguentava mais.", contou Ali. 

"Ali", desertor do exército sírio

Jovens que desertaram do exército de Bashar Al Assad dizem que voltar para a Síria agora não é uma opção. Dizem que os riscos incluem detenção indefinida, tortura ou até pior.

"Ouvi dizer que as pessoas que voltaram para regularizar a situação com o exército acabaram em esquadras de polícia onde são espancadas e torturadas. Isso dura algum tempo, passam por muita violência. Deixar o exército não é possível.", disse Ali. 

"Até hoje há pessoas que conheço que regressaram e ninguém mais ouviu falar delas.", concluiu. 

A guerra na Síria deslocou mais da metade da população do país. Quase 6 milhões de pessoas encontraram refúgio nas vizinhas Jordânia, Líbano, Turquia, Egito e Iraque.

Países que enfrentaram também, noutros tempos, problemas políticos.

A solução política para a Síria deverá demorar algum tempo para chegar, mas com as tropas do governo mais perto da vitória, cabe, agora, às autoridades em Damasco fornecer aos sírios exilados as garantias necessárias para transformar o sonho de regressar ao país onde nasceram uma realidade.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

O Natal triste dos Cristãos sírios

O Brexit visto pelos escoceses

Missão InSight chega a Marte