Ficou uma chamada de atenção para agir perante uma das piores crises que a Igreja Católica já enfrentou.
Ficou uma chamada de atenção para agir perante uma das piores crises que a Igreja Católica já enfrentou. Esta foi uma cimeira histórica no Vaticano, na qual quase 200 líderes religiosos foram convidados a admitir que o abuso sexual por parte de membros do clero é um problema sério e global.
Uma cimeira de quatro dias que deu origem a novas diretrizes no que toca à proteção de crianças na Cidade do Vaticano; um manual para bispos e um grupo de trabalho. Lutar contra o que foi descrito como sendo a mão do mal, que transforma os padres em "ferramentas de Satanás", foi o objetivo do encontro, como disse o Papa Francisco: "nenhuma explicação é suficiente para os abusos a crianças. É preciso reconhecer com humildade e coragem que estamos perante o mistério do mal."
O Papa falou ainda da cultura do encobrimento como sendo um fator prejudicial. Confrontados com a dor e sofrimento das vítimas, os bispos assistiram a testemunhos angustiantes.
Peter Saunders é membro fundador de uma organização que representa vítimas de abuso: "não se pode simplesmente mudar uma cultura dizendo que é preciso conversar sobre o assunto, isso não chega. As regras que a igreja deve implementar, são bem simples. E nós temos vindo a dizer isso há anos. Assim como o papa, mas não fez nada em relação a isso."
No sábado, ativistas e vítimas de abuso marcharam pelas ruas de Roma, mas o debate não termina em torno da noção de tolerância zero.