A notícia da condenação do cardeal australiano, George Pell, por ofensas sexuais, envolvendo crianças, provocou uma onda de choque também no Vaticano.
A notícia da condenação do cardeal australiano, George Pell, por ofensas sexuais, envolvendo crianças, provocou uma onda de choque também no Vaticano. A decisão foi anunciada poucos dias depois do papa Francisco encerrar a conferência sobre o abuso sexual de crianças por membros da Igreja Católica:
"Esta é uma notícia dolorosa. Sabemos que chocou muitas pessoas, não só na Austrália. Como já foi dito noutras ocasiões, reiteramos o maior respeito pelas autoridades judiciais australianas", afirmou Alessandro Gisotti, porta-voz em exercício da Santa Sé.
Durante duas décadas, aquele que foi o terceiro homem mais poderoso da Igreja Católica, foi também a figura dominante na Austrália. Para as vítimas de abusos sexuais é um momento de esperança:
"A Igreja Católica não é tão poderosa como era quando éramos crianças. Os dias em que eles podiam influenciar o governo já passaram. E com razão. As crianças de quem abusaram nesses orfanatos, éramos tratados como sendo de uma classe inferior. Mas agora, já acreditam em nós", desabafa Leonie Sheedy, da Care Leavers Australasia, e vítima de abusos sexuais.
A sentença foi determinada em dezembro. Pell foi considerado culpado, por unanimidade, de cinco acusações de crimes sexuais contra crianças, cometidos numa catedral de Melbourne. Mas o veredicto foi alvo de uma providência cautelar que impediu que este fosse lido até agora.