O presidente da Comissão Europeia voltou a dizer que o partido liderado por Viktor Orbán "não devia fazer parte" do Partido Popular Europeu
Mais uma reunião do Partido Popular Europeu, mais uma vez em que o nome de Viktor Orbán 'vem à baila'.
Jean-Claude Juncker já tinha deixado claro que Fidesz, o partido liderado pelo primeiro-ministro húngaro "não devia fazer parte do PPE". Quinze dias depois e no fim desta última reunião do grupo, o presidente da Comissão Europeia não mudou de ideias.
Jean-Claude Juncker afirmou que Orbán "tem de se perguntar se quer continuar a ser membro" do grupo: "Quem está a mentir em assuntos eurpeus e por razões políticas domésticas, tem de se perguntar se quer continuar a ser membro do Partido Popular Europeu.", disse o presidente da Comissão Europeia. "Acho que ele não pertence aqui", concluiu.
Com as eleições europeias a chegar, o 'assunto Órban' não parece turvo para Manfred Weber, principal candidato à presidência da Comissão Europeia, o qual considera a expulsão do Fidesz uma hipótese.
"Victor Orbán tem que fazer uma reviravolta. Se ele não der esse passo, o Partido Popular Europeu tem todas as opções, incluindo a expulsão.", admitiu Manfred Weber.
Elos políticos quebrados, porquê?
Tudo começou quando o governo de Budapeste criou cartazes a atacar Juncker, o qual já há muito tempo critica o euroceticismo do primeiro-ministro da Hungria e do partido que este lidera, o Fidesz.
No fim de fevereiro, Juncker mostrou, pela primeira vez, a vontade de retirar do PPE o partido de Orbán.
_"Orbán e eu não temos nada em comum. Por que é que deveria manter-se no meu partido, se não _há pontos em comum? Deveria ser eu a sair só porque na mesa se senta alguém que rejeita tudo que eu defendo? Na minha opinião, o lugar dele não é no PPE", disse Jean-Claude Juncker, numa conferência em Estugarda.
As sondagens das próximas eleições prevêem que o Fidesz mantenha a atual dúzia de eurodeputados. Uma possível saída do PPE poderia enfraquecer aquela que é a maior bancada no Parlamento Europeu, no momento em que aumenta a pressão da extrema-direita.