Acordo de May - uma versão "simplificada" que não incluía a declaração política e não definia o quadro completo das relações futuras com a UE - foi rejeitado por 344 deputados contra 286 a favor
A Câmara dos Comuns no Parlamento de Westminster rejeitou pela terceira vez o acordo do Brexit negociado entre o governo de Theresa May e Bruxelas, no dia inicialmente previsto para a saída do Reino Unido da União Europeia.
O texto - uma versão "simplificada" que não incluía a declaração política e não definia o quadro completo das relações futuras com a UE - foi rejeitado por 344 deputados, com apenas 286 a favor.
Theresa May: "Temo que estejamos a atingir os limites do processo nesta Câmara, que rejeitou [um cenário] sem acordo e, na quarta-feira, rejeitou todas as variantes do acordo colocadas em cima da mesa. E hoje rejeitou a aprovação do simples Acordo de Saída e a continuação do processo no futuro. Este governo continuará a defender um Brexit ordeiro, exigido pelo resultado do referendo".
Para a oposição, a opção é clara: May viu três vezes o acordo rejeitado e deve agora afastar-se de cena, abrindo a via a legislativas antecipadas que permita definir uma nova liderança e diretivas para o processo de saída.
Jeremy Corbyn, líder do Partido Trabalhista: "Este acordo tem de mudar. Tem de ser encontrada uma alternativa. Se a primeira-ministra não pode aceitar isso, deve sair, não numa data a determinar no futuro, mas agora, para podermos decidir o futuro do país através de eleições gerais".
A rejeição de hoje significa que Londres tem até 12 de abril para propôr um plano B a Bruxelas, ou sair nessa data sem acordo. O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, anunciou pouco depois do voto em Westminster, através do Twitter, a convocação de um encontro dos líderes europeus para 10 de abril.