Caso de eutanásia relança debate em Espanha

A detenção de um homem que ajudou a mulher, que sofria de esclerose múltipla em fase terminal, a morrer relançou o debate sobre a eutanásia em Espanha.
Angel Hernández foi detido depois de confessar à polícia ter administrado, a pedido da mulher, Maria José Carrasco, a substância letal.
Numa entrevista anterior, Angel explicava que lhe tinha prometido "que se chegasse à situação em que se encontrava e se não houvesse meios para a ajudar a morrer", ele o faria, pois "não há ninguém, nenhum profissional [que o possa fazer] porque não se pode envolver, porque o põem na cadeia".
Sem qualquer autonomia para se alimentar ou fazer a higiene pessoal, Maria José dependia também de doses diárias de morfina para lutar contra as dores permanentes.
Na Europa, a eutanásia apenas é legal na Holanda, na Bélgica e na Suíça, tendo sido rejeitada no Parlamento em Portugal no ano passado. Na Suíça, a eutanásia é ilegal, mas é autorizado o suicídio assistido, bem como na Alemanha, mas sob determinadas condições.
Em Espanha, há uma crescente pressão social pela legalização da eutanásia e uma sondagem recente revelou que 70% dos espanhóis são a favor.
O caso de Angel - que foi entretanto libertado enquanto espera julgamento e que arrisca uma pena de seis a dez anos de prisão - trouxe para a ordem do dia a questão em plena campanha para as eleições de 28 de abril.