O Dia D contado na primeira pessoa
Caen, no norte de França, é ponto de passagem de Emmanuel Macron e Donald Trump esta quinta-feira. A cidade foi praticamente arrasada em 1944, quando as forças alemãs aqui se entrincheiraram logo após o desembarque dos aliados.
Gérard Verdonk é uma das raras testemunhas ainda vivas desse dia. No tempo da guerra, morava numa quinta com a família, em Bény-sur-Mer. Foi uma das primeiras localidades libertadas pelas tropas do Canadá a 6 de junho de 1944. Conta que viveu até aquele momento ignorante sobre barbárie nazi durante a ocupação.
"No dia 5 de junho, já à noite, quando estávamos a carregar um barril de água, os aviões americanos ou britânicos bombardearam a bateria de artilharia que estava nas vinhas; A 6 de junho, meu pai sabia, ele já sabia," afirma Gérard que hoje sabe que a família era próxima da resistência. Meses antes, tinha feito o transporte de cimento para os abrigos alemães em Juno Beach. Sem explicar porquê, o pai pediu-lhe nessa altura para contar as distâncias em passos. "Ele recebeu essa informação numa noite e no dia seguinte enviou-a para um cunhado em Disy, que depois a mandou para Inglaterra", afirma.
O Centro Juno Beach conta a história de Gérard Verdonk no âmbito de uma exposição sobre os civis e a forma como viveram o dia D.