Mergulhado numa escalada de violência interétnica e após mais um massacre, o Mali pede o reforço do contingente de capacetes azuis da ONU, no país.
O governo do Mali pede o reforço da presença dos capacetes azuis da ONU no centro do país para proteger as populações civis e pôr fim ao ciclo de violência.
O primeiro-ministro, Boubou Cissé, esteve na aldeia de Sobane Da, onde ocorreu um novo massacre interétnico. 35 pessoas foram mortas, 24 das quais, crianças.
Boubou Cissé pede a conjugação de esforços, nacionais e internacionais, com vista ao processo de paz: "O que se passou é um desafio para todos e deve levar-nos a acelerar as diligências em curso ao nível dos esforços políticos, securitários e económicos para acelerar o processo de paz e reconciliação".
O chefe da diplomacia do Mali, Tiébilé Dramé pediu, em Nova Iorque, o reforço da ajuda das Nações Unidas, traçando o quadro do drama que o país vive: "Na história cotemporânea do Mali, o nosso país nunca conheceu tantas vítimas e tanta destruição na violência intercomunitária, alimentada pela pressão de grupos terroristas, pela amálgama e pela competição pelo controlo dos recursos naturais e, muitas vezes, pelo ressurgimento de conflitos antigos".
O ataque de Sobane Da, uma aldeia de etnia dogon não foi reivindicado. Desde o aparecimento em 2015 do grupo jihadista de Amadou Koufa, que recruta os combatentes entre os membros da etnia peul, as comunidades dongo e bombara criaram os seus prórios grupos de defesa e os confrontos multiplicam-se.
No dia 23 de março tinham sido mortas 157 pessoas de etnia peul, na aldeia de Ogossagou. Um massacre que foi atribuído a caçadores dogons.
A missão da Minusma, que conta 15 mil capacetes azuis no Mali, termina no final de junho.