Tóquio e Washington apelam ao diálogo, depois de Seul decidir pôr fim a acordo bilateral de troca de informação militar entre o Japão e a Coreia do Sul
O Japão pediu à Coreia do Sul para reconsiderar a decisão de pôr fim ao acordo bilateral de troca de informação militar, assinado em 2016.
Os dois países atravessam atualmente uma crise comercial e diplomática com origem num contencioso da época da colonização nipónica.
Os Estados Unidos temem que as más relações entre os seus dois aliados ponham em risco a segurança na região.
Em visita ao Canadá, o secretário de Estado norte-americano disse estar "desiludido" com a decisão sul-coreana. Mike Pompeo apelou aos dois países "para continuarem o diálogo" e frisou que "os interesses comuns do Japão e da Coreia do Sul são importantes, nomeadamente para os Estados Unidos".
Em declarações aos jornalistas antes de partir para França para participar no G7, o primeiro-ministro japonês acusou Seul de "prejudicar as relações de confiança" com a decisão. Shinzo Abe sublinhou, no entanto, que o fim do acordo não deverá ter um impacto negativo na cooperação trilateral com Washington.
Em Seul, o vice-diretor da Segurança Nacional sul-coreana, Kim You-geun, afirmou que "na situação atual, o governo decidiu que manter o acordo, assinado com o objetivo de partilhar informação militar sensível em termos de segurança, não serve os interesses nacionais".
As autoridades sul-coreanas precisaram, no entanto, que continuará a haver uma troca de informação tripartida, envolvendo os Estados Unidos. Washington está particularmente preocupada com a atividade militar da Coreia do Norte, que realizou seis testes com mísseis em menos de um mês.