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Biden explica renúncia ao país: "o importante é salvar a democracia"

Joe Biden falou ao país esta quarta-feira à noite
Joe Biden falou ao país esta quarta-feira à noite Direitos de autor Evan Vucci/AP
Direitos de autor Evan Vucci/AP
De  Ricardo Figueira
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Num discurso muito aguardado, o presidente norte-americano falou pela primeira vez em público sobre a decisão de retirar a sua candidatura às eleições de novembro. Kamala Harris terá já assegurado a nomeação democrata.

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Dias depois de ter anunciado que que desistia da corrida à Casa Branca para um novo mandato, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, falou ao país. Disse que abandona a corrida contra o republicano Donald Trump devido a preocupações com o futuro da democracia americana e que se afasta para permitir que uma nova geração assuma o comando. Estas foram as primeiras declarações públicas desde que terminou a candidatura à reeleição.

"Reverencio este cargo, mas amo mais o meu país. Decidi que o melhor caminho a seguir é passar o testemunho a uma nova geração. Essa é a melhor maneira de unir a nossa nação", disse Biden.

Sem nunca nomear Donald Trump, Biden disse que o mais importante é salvar a democracia. "O bom do nosso país é que reis e ditadores não mandam aqui", disse, fazendo alusão à atitude considerada antidemocrática tida por Trump na sequência da derrota nas eleições de 2020, em que se recusou a reconhecer a derrota e ainda terá instigado a invasão do Capitólio a 6 de janeiro de 2021.

"Acredito que o meu historial como presidente, a minha liderança no mundo e a minha visão para o futuro da América merecem um segundo mandato”, disse Biden no discurso. “Mas nada, nada pode impedir-nos de salvar a nossa democracia. Isso inclui a ambição pessoal.

"Reis e ditadores não mandam nos EUA", escreveu Biden no X

Enquanto Biden falava, um grupo de apoiantes reuniu-se no exterior da Casa Branca.

Nas semanas que antecederam o anúncio da desistência, Biden enfrentou uma pressão crescente para reconsiderar a candidatura, perante o fraco resultado nas sondagens e, sobretudo, desde o desempenho dececionante no debate do dia 27 de junho, em que apareceu fragilizado e confuso. O presidente tem 81 anos e, caso tivesse avançado para a eleição e fosse eleito para um segundo mandato, terminá-lo-ia com 85. A intervenção do antecessor Barack Obama terá sido decisiva para que Biden desistisse da corrida.

Kamala Harris tem nomeação assegurada

Biden, que mal renunciou ao cargo apoiou publicamente a vice-presidente Kamala Harris para lhe suceder, deixou-lhe elogios no discurso. Segundo a Associated Press, Harris assegurou já um numero suficiente de delegados à Convenção Democrata para assegurar a nomeação para as eleições de novembro.

"Ela é forte. Ela é capaz. Ela tem sido uma parceira incrível para mim e uma líder para o nosso país", disse o presidente.

A primeira sondagem de opinião publicada depois da desistência de Biden mostra que o gesto teve um efeito positivo, com Harris a ultrapassar Trump nas intenções de voto por dois pontos percentuais, com 44% contra 42%. No entanto, o sistema eleitoral dos Estados Unidos faz com que estes números tenham de ser lidos com cautela, já que o mais importante é assegurar a vitória em alguns estados-chave.

Para assegurar a nomeação, Harris precisa de assegurar o voto de 1976 delegados. Segundo este estudo da AP, terá conseguido já um número bastante superior. A convenção vai reunir-se em Chicago de 19 a 22 de agosto.

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