Harris deu a primeira entrevista televisiva desde que aceitou a nomeação de candidata democrata à presidência dos EUA. A atual vice-presidente abordou questões sobre as quais tinha sido anteriormente criticada, como a proibição do fracking.
A candidata democrata à presidência dos Estados Unidos, Kamala Harris, deu a primeira entrevista televisiva desde a sua nomeação, acompanhada pelo candidato democrata a vice-presidente, Tim Walz, e abordou questões sobre as quais foi anteriormente criticada.
A entrevista com a jornalista Dana Bash, da CNN, foi concedida numa altura em que os eleitores procuram saber mais sobre a candidata democrata. O atual presidente dos EUA, Joe Biden, desistiu da candidatura à eleições presidenciais de 2024 há apenas cinco semanas.
Na companhia de Walz, Harris foi questionada especificamente sobre as suas reversões na probição do fracking e na descriminalização de travessias ilegais na fronteira, posições que assumiu durante a sua última candidatura à presidência em 2019.
Harris confirmou que não quer proibir o fracking, que se tornou fundamental para a economia do estado da Pensilvânia, e disse que são necessárias consequências para as pessoas que atravessam a fronteira sem autorização.
A entrevista centrou-se em grande medida na política, com Harris a tentar mostrar que adotou posições mais moderadas em questões que os republicanos consideram extremas, enquanto Walz corrigiu afirmações erradas sobre a sua biografia.
"Através de um trabalho bipartidário, incluindo alguns dos membros mais conservadores do Congresso dos Estados Unidos, foi elaborado um projeto de lei que apoiámos e que eu apoio. Donald Trump teve conhecimento deste projeto de lei que teria contribuído para proteger a nossa fronteira. E, como ele acredita que isso não o teria ajudado politicamente, pediu aos seus colegas no Congresso que não o apresentassem. Ele matou o projeto de lei", disse a candidata democrata.
Como a campanha de Harris visa diretamente a classe média norte-americana, a candidata revelou que quer criar aquilo a que chama de "economia de oportunidades".
"O que vamos fazer para baixar o custo dos bens de uso quotidiano, o que vamos fazer para investir nas pequenas empresas americanas, o que vamos fazer para investir nas famílias. Vamos trabalhar para investir na família americana em matéria de habitação a preços acessíveis, um grande problema do nosso país neste momento", afirmou Harris.
As propostas incluem também um crédito fiscal de 6.000 euros para crianças. Harris foi criticada pelos republicanos por, até então, não ter dada uma entrevista aprofundada, defendendo estes que a candidata procurou obter um consenso geral, parecendo mudar de opinião sobre questões fundamentais como a imigração e as alterações climáticas.
"Penso que o aspeto mais importante e mais significativo da minha perspetiva política e das minhas decisões é que os meus valores não mudaram", disse Harris.
E prosseguiu: "Acredito que é importante criar consensos. É importante encontrar um lugar comum de entendimento onde possamos realmente resolver o problema."