Problemas da Thomas Cook vêm de longe

Já então atolada em dívidas, a Thomas Cook começou a pedir empréstimos ainda mais pesados há cerca de dez anos. Só para cobrir os juros, a empresa teria precisado de três milhões de clientes por ano.
A dever quase dois mil milhões de euros, o grupo tentou aceder a um pacote de salvamento financiado pelo fundo chinês Fosun e outros investidores. Mas as conversações falharam e a Thomas Cook não conseguiu arrecadar os 1250 milhões de euros de que precisava.
O golpe fatal foi dado pelo governo britânico, que se recusou dar ao grupo o resgate de emergência que tinha pedido: "Se tivéssemos visto que este negócio tinha perspetivas e só precisava de algo simples para continuar, teria sido diferente. Pelas conversas que estavam a ter com os acionistas e financiadores, percebemos que não era o caso", explica o ministro dos transportes, Grant Shapps.
O colapso deste outrora poderoso império deixou centenas de milhares de turistas na incerteza, mas a fatura mais alta está a ser paga pelos hotéis a quem a empresa deve dinheiro e os 21 mil empregados que a Thomas Cook tem em todo o mundo.