A ofensiva militar da Turquia contra os curdos no nordeste da Síria mereceu duras críticas por parte de vários países europeus e dos Estados Unidos da América no entanto a Aliança Atlântica recusou condenar a intervenção de Ancara.
Os ministros da Defesa dos países da NATO iniciaram, esta quinta-feira, uma reunião de dois dias em Bruxelas. O encontro ocorre envolto em tensões após a Turquia ter iniciado uma ofensiva militar contra os curdos no nordeste da Síria.
A ação mereceu duras críticas por parte de vários países europeus e dos Estados Unidos da América no entanto a Aliança Atlântica recusou condenar a intervenção de Ancara.
O secretário-geral da organização, Jens Stoltenberg, apoiou "as preocupações legítimas para a sua segurança" apresentadas pela Turquia.
"Não houve nenhum pedido para uma missão da NATO no nordeste da Síria. Acredito firmemente que o que precisamos é de um esforço para apoiar o processo político, uma solução política duradoura e, portanto, a NATO também apoia fortemente os esforços liderados pela ONU para encontrar uma solução política para a crise na Síria."
A ministra alemã da Defesa, Annegret Kramp-Karrenbauer, defendeu a ideia de criar, sob a égide das Nações Unidas, uma zona de proteção internacional no norte da Síria.
Mas o acordo entre os presidentes Recep Tayyip Erdogan e Vladimir Putin ameaça seu projeto.
"Não nos opomos, em princípio, a estudar a fórmula para uma zona internacional. De momento, existe uma situação no terreno que evoluiu na sequência dos acordos entre a Turquia e a Rússia. Vemos como as coisas estão a correr. Analisaremos, primeiro, as informações mais concretas sobre a situação no terreno e depois se uma fórmula como esta pode realmente ser implementada", referiu o ministro belga dos Negócios Estrangeiros, Didier Reynders.
No acordo firmado na terça-feira entre a Rússia e a Turquia, Ancara concordou em restringir as operações militares no norte da Síria à região fronteiriça, de modo a garantir a integridade territorial do país.