Oposição e manifestantes acusam o sistema de favorecer o partido no poder que já prometeu mudanças para 2024.
Querem uma reforma eleitoral e de imediato. Uma maré humana inundou as ruas de Tbilissi na Geórgia para exigir a representação proporcional e a reforma do sistema eleitoral que dizem estar a favorecer injustamente quem está no poder.
O partido georgiano-democrata dos sonhos, no poder desde 2012, agendou mudanças para 2024 mas a oposição parece ter perdido a paciência.
O líder do partido Geórgia Europeia, Giga Bokeria, diz que tinham "um contrato, promessas de mudanças e depois houve uma charada nojenta para o público, ninguém vai aceitar isso. E depois continuamos com a mensagem do insulto, provavelmente. Por isso, este protesto vai continuar e vai ficar muito mais quente".
A líder do Movimento Nacional Unido explica que "todos neste país percebem que Ivanishvili, o primeiro-ministro, tem que ir e que vai sair. Cabe-lhe a ele decidir se é hoje ou amanhã mas o governo chegou ao fim". Tina Bokuchava conclui ao afirmar que "é tempo para uma mudança de regime e há que fazer isso o mais rápido possível, sendo também esse o espírito destes protestos".
A soprarem cornetas e a empunharem cartazes, os manifestantes sentaram-se no chão e ergueram tendas em frente a um parlamento guardado por centenas de agentes da polícia.
"Protesto contra o que está a juntar aqui toda esta gente - injustiça e desordem no país. Em vez de corrigir os erros do governo anterior, este governo faz pior. Nós queremos eleições proporcionais para que todos os partidos tenham o que de facto merecem", explica uma mulher.
Na última semana, a polícia recorreu a canhões de água para dispersar manifestantes em torno do parlamento. 37 pessoas foram detidas e condenadas a penas entre os quatro e os 13 dias de prisão em julgamentos que oposição diz terem estado politicamente motivados
Esta segunda-feira os protestos terminaram de forma pacífica.