UE admite sancionar Irão por causa de repressão policial

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De  Isabel Marques da SilvaNima Ghadakpour
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UE admite sancionar Irão por causa de repressão policial

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A liberdade de expressão e outros direitos humanos estão a ser violados pelo regime do Irão desde 15 de novembro, quando começaram manifestações contra o aumento dos preços dos combustíveis, alegam organizações de direitos humanos, que apontam para mais de duzentos mortos devido à repressão policial.

As Nações Unidas também estão preocupadas com as violações dos direitos dos mais de sete mil detidos, afirmou a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, na sexta-feira passada.

Outra arma de repressão é o controlo da Internet, que é usada por mais de 60 milhões de pessoas através dos telemóveis. O regime iraniano promete criar um sistema de Internet estatal que vai impedir o uso dos sistemas internacionais, o que também preocupa a Amnistia Intrnacional.

"A questão mais relevante, e talvez, inquietante, é que o controlo estatal da Internet não tem tanto a ver com proteger a imagem do país no exterior. É, sobretudo, uma forma de travar a capacidade de organização dos opositores internos do regime", disse Philippe Hensmans, diretor da delegação da Amnistia Internacional na Bélgica, em entrevista à euronews.

UE admite sancionar

O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, emitiu um comunicado, domingo, criticando "o grande número de mortos e feridos" durante a repressão das manifestações.

No dia seguinte, Josep Borrell garantiu aos jornalistas que não se sente inibido por causa das tentativas para salvar o acordo nuclear com o Irão.

"Uma questão é a repressão desenfreada que está a ocorrer no Irão, outra questão completamente diferente é o acordo nuclear com o Irão, sobre o qual reconheci que recebemos boas notícias dos peritos em Viena. Isso não nos impede de aplicar sanções, se for o caso, para condenar abusos dos direitos humanos. Os direitos humanos não têm nada que ver com o acordo nuclear", disse Borrell, em conferência de imprensa, depois da reunião do conselho de Negócios Estrangeiros da União Europeia.

Contudo, a Amnistia Internacional considera que a questão nuclear pesa, porque as sanções dos EUA contra o Irão deixaram a União Europeia como principal ator para evitar que o Irão também abandone o acordo.

"A Europa desempenha um papel específico no que toca à situação no Irão, diferente do que é desempenhado pelos EUA. A Europa continua a ter uma via de diálogo aberta com o país e alguns tipos de intercâmbios. Talvez por isso, a União Europeia tenha sido muito prudente nas suas ações, para não pôr em risco os contactos com o Irão", afirmou Philippe Hensmans.

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