Câmara dos Representantes deve aprovar hoje destituição de Trump

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De  João Paulo Godinho
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Presidente dos EUA é acusado de abuso de poder e obstrução ao Congresso, na sequência do caso de pressões ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

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A Câmara dos Representantes iniciou esta quarta-feira a votação das acusações a Donald Trump de abuso de poder e obstrução ao Congresso, que podem levar à destituição formal do presidente.

A maioria Democrata nesta câmara deve ganhar a votação com uma maioria simples e, assim, será a terceira vez na história do país que um presidente vê o processo de destituição chegar à fase final de julgamento político no Senado, depois de Andrew Johnson, em 1868, e Bill Clinton, em 1998.

O rosto dos democratas neste processo tem sido Nancy Pelosi, que hoje disse que o presidente "não deixou escolha" ao partido perante as suas ações, que considerou "imprudentes" e uma "ameaça" à base do regime democrático norte-americano.

"Se não agirmos agora, estaremos a abandonar o nosso dever. É trágico que as ações imprudentes do Presidente tornem necessário a destituição. Ele não nos deu escolha. O que estamos a discutir hoje é o facto comprovado de que o Presidente violou a Constituição. É um facto que o presidente é uma ameaça contínua à nossa segurança nacional e à integridade das nossas eleições, a base de nossa democracia,", afirmou a líder da maioria democrata na câmara baixa do Congresso.

"Este é um momento decisivo para a democracia. A história vai julgar-nos por mantermos intacta a frágil república que nos foi deixada pelos nossos antepassados há mais de 200 anos ou por permitirmos que ela seja alterada para sempre. Pelo bem do futuro do nosso país, espero e rezo para que os meus colegas tomem a decisão certa", acrescentou ainda o congressista democrata Jim McGovern.

Este processo surge na sequência das alegadas pressões sobre o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Todavia, o Partido Republicano deve manter-se unido e fazer cair o processo no Senado, onde detêm a maioria dos assentos e é necessária uma aprovação de 2/3 para conseguir destituir um presidente.

"Os artigos diante de nós são baseados em informações muito limitadas. São suportados por boatos, reportagens e outras alegações não comprovadas. Assentam num relatório escrito por um membro do congresso que se recusou a responder a perguntas. E não acredito que as alegações, que estão sujeitas a interpretação, cheguem ao nível de uma ofensa merecedora de destituição", explicou o congressista republicano Tom Cole.

Muito crítico de todo o processo, Donald Trump manteve a rotina diária e reuniu-se com o staff mais próximo na Casa Branca, antes de atacar os democratas no Twitter.

Na conta pessoal nesta rede social, o presidente americano reiterou a inocência e considerou este impeachment uma coisa terrível. Trump disse ainda que mais nenhum presidente deveria passar por um processo semelhante.

Se os votos devem seguir durante a noite as linhas partidárias bem vincadas entre democratas e republicanos, nas ruas o sentimento é em tudo igual. Uma América partida ao meio, entre a base de apoio popular de Donald trump e aqueles que querem um ponto final nesta administração e que entendem que ninguém, nem mesmo o presidente, está acima da lei.

Outras fontes • CNN / Lusa

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