2019 em revista - Um ano de protestos contra a desigualdade e a corrupção

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De  Monica Carlos
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Com muitos destes conflitos em aberto, 2020 promete ser mais um ano rico em protestos.

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O ano de 2019 foi um ano dos protestos nas ruas a nível mundial. Cada um com uma causa, forma e objetivos diferentes, mas todos com algo em comum: a luta contra a desigualdade, contra a corrupção, e pela liberdade política.

A sua maioria teve lugar em simultâneo, e cada um inspirou e deu força aos restantes.

Europa

Na Europa, as manifestações anti-governamentais foram dominadas pelo movimento dos coletes amarelos. Alguns dos protestos em França terminaram em conflitos, os mais violentos desde os de maio de 1968.

Inicialmente motivados em meados de 2018 pelo aumento dos preços dos combustíveis e o custo de vida, os manifestantes acusaram o governo francês de ignorar as necessidades dos cidadãos comuns.

A diferença entre os mais ricos e os mais pobres é muito grande, é insustentável," referiu um manifestante. "Talvez possamos mudar o sistema, para o melhor," acrescentou outro ativista.

Em alguns países do leste europeu, como na Geórgia, e também na Albânia e na Roménia, os manifestantes anti-governamentais saíram para as ruas contra a corrupção e exigiram mais reformas democráticas.

A Primavera da América Latina

Este ano viu também uma espécie de "Primavera da América Latina."

No Chile, tudo começou com um aumento de preços dos transportes públicos, a gota de água dos protestos. A frustração com o aumento do custo de vida causou o descontentamento de milhares de pessoas. O país, que é um dos mais ricos, estáveis e pacíficos do continente, é também o mais desigual.

"O governo e os vários grupos de atores sociais precisam ouvir o descontentamento do povo e vamos lutar contra a desigualdade neste grande país," explicou um jovem chileno.

No Equador, uma greve geral paralisou o país. O presidente declarou o estado de emergência e cancelou depois um pacote de medidas de austeridade.

Na Bolívia, alegações de fraude eleitoral desencadearam protestos em massa. O presidente Evo Morales refugiou-se no México e o país já iníciou preparativos para novas eleições nos próximos meses.

O Médio Oriente

No Irão, um aumento repentino nos preços dos combustíveis levou ao protesto de centenas de milhares de pessoas contra o governo. Segundo organizações internacionais de direitos humanos, centenas de membros de grupos da oposição e jornalistas foram mortos durante os confrontos.

Para ocultar a que foi a maior revolta no país em quatro décadas, o governo bloqueou a Internet durante uma semana.

No Iraque, protestos em massa contra a corrupção e a ineficiência dos serviços públicos levaram à demissão do primeiro-ministro Adil Abdul-Mahdi e no Líbano o governo também caíu, na sequência um aumento de impostos e da agravação da crise económica no país.

África

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A Argélia foi o epicentro dos protestos nos países do Magrebe. O anúncio da recandidatura a um quinto mandato do presidente Abdelaziz Bouteflika esteve na origem de semanas de protestos por parte de milhões de argelinos. Após perder também o apoio do Estado-Maior do Exército, o presidente renunciou, ao fim de 20 anos no poder.

Depois das eleições de dezembro, os argelinos voltaram a sair às ruas para pedir uma verdadeira muda nça de regime.

Ásia

Em Hong-Kong, tudo começou após uma proposta de lei controversa que permitiria extradições judiciais para a China continental. O governo retirou a proposta mas milhares de pessoas continuam a manifestar-se em favor de reformas democráticas mais profundas.

"Estamos contra este governo e queremos dizer ao governo da China que não pode controlar o povo de Hong-Kong," esclareceu um manifestante.

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Os confrontos em Hong-Kong estão longe de terminar. A sua dimensão pode ser menor, mas a violência está a aumentar.

Com muitos destes conflitos em aberto, 2020 promete ser mais um ano rico em protestos.

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