2019 em revista - Nem só de filmes se fez o cinema

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De  Monica Carlos
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Os premiados em Berlim, Cannes e Veneza.

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Este ano, o mundo do cinema ficou marcado pela morte aos 90 anos de Agnès Varda, um dos maiores nomes do cinema francês. A cineasta francesa, nascida na Bélgica, foi homenageada no início do ano com a Câmara Dourada, no Festival Internacional de Cinema de Berlim.

Internacionalmente conhecida pelos filmes, fotografias e instalações de arte com foco no realismo documental, questões feministas e comentários sociais, Varda recebeu o prémio honorário da Academia de Hollywood pela sua contribuição para a sétima arte, em 2017. Foi a primeira realizadora a receber este galardão.

Com filmes como Cleo De 5 a 7, Vagabond e Faces Places, a cineasta foi uma das principais figuras da Nouvelle Vague.

Esteve entre as 82 mulheres que protestaram na passadeira vermelha no Festival de Cinema de Cannes contra a desigualdade de género na indústria cinematográfica.

A Berlinale

A 69ª edição da Berlinale foi repleta de surpresas.

O terceiro filme do jovem realizador israelita Nadav Lapid, Synonimes, foi o vencedor do Urso de Ouro. Uma comédia existencial hilariante sobre um jovem que foge de seu país para se estabelecer na França.

"A única coisa que me interessa é a verdade do momento: é procurá-la a fundo e ir o mais longe possível."
Nadav Lapid, Realizador

O francês François Ozon venceu o Grande Prémio do Júri, com o filme Grâce à Dieu.

O filme retrata os factos verídicos relativos ao escândalo sobre abusos sexuais por parte de membros da igreja Católica na cidade francesa de Lyon, membros que a igreja se recusou a afastar. O julgamento do caso está ainda em curso.

"Permitam-me apenas agradecer a Deus," afirmou ao receber o prémio.

Há muita resistência e também reações violentas ao filme. Muitas pessoas não querem que o filme seja visto. É uma luta constante mas que não é nada em comparação à luta das verdadeiras vítimas."
François Ozon, Realizador

Cannes

No Festival de Cannes, a Palma de Ouro coube a Bong Joon-ho, um dos génios do cinema coreano.

O filme Parasite é uma fusão de géneros e de temas, uma comédia negra e drama familiar que aborda a luta de classes sociais, a ambição e a mentira.

Alegre e inteligente, a película foi um sucesso de bilheteira e foi distribuído nos Estados Unidos, onde é sério candidato a um Óscar, que seria o primeiro de sempre para um filme coreano.

"Este é o meu primeiro prémio em Cannes e é a primeira Palma de Ouro para o cinema coreano. Por coincidência este ano marca o centésimo aniversário do cinema coreano, por isso o prémio tem ainda um significado mais especial para mim."
Bong Joon-ho, Realizador

O Grande Prémio do Júri do Festival foi para o primeiro filme da realizadora franco-senegalesa Mati Diop, entitulado Atlantique, sobre uma jovem africana que deixa o seu país rumo à Europa e cujo companheiro morre afogado.

"Encontrei-me num momento muito especial, quando muitos jovens saíam da costa senegalesa para ir para Espanha. Fui testemunha deste momento na história e decidi dedicar este filme a esta situação precisa, do ponto de vista das mulheres."
Mati Diop, Realizadora

Veneza

E para terminar a digressão pelo grandes festivais europeus, o Grande Prémio do Júri do Festival de Veneza foi atribuído ao novo filme de Roman Polanski, J'Accuse.

O filme Joker, do realizador norte-americano Todd Phillips e com Joaquin Phoenix como protagonista, venceu o Leão de Ouro.

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"Trata-se de um filme político e psicológico, uma digressão profunda pela consciência de um homem que foi abusado pela vida, para além da ideia do bem e do mal." A película é favorita á nomeação já no início do ano novo, para o Óscar de melhor filme e melhor actor.”
Todd Phillips, Realizador

A película deslumbrou os muitos fãs do Batman e não só.

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