Os premiados em Berlim, Cannes e Veneza.
Este ano, o mundo do cinema ficou marcado pela morte aos 90 anos de Agnès Varda, um dos maiores nomes do cinema francês. A cineasta francesa, nascida na Bélgica, foi homenageada no início do ano com a Câmara Dourada, no Festival Internacional de Cinema de Berlim.
Internacionalmente conhecida pelos filmes, fotografias e instalações de arte com foco no realismo documental, questões feministas e comentários sociais, Varda recebeu o prémio honorário da Academia de Hollywood pela sua contribuição para a sétima arte, em 2017. Foi a primeira realizadora a receber este galardão.
Com filmes como Cleo De 5 a 7, Vagabond e Faces Places, a cineasta foi uma das principais figuras da Nouvelle Vague.
Esteve entre as 82 mulheres que protestaram na passadeira vermelha no Festival de Cinema de Cannes contra a desigualdade de género na indústria cinematográfica.
A Berlinale
A 69ª edição da Berlinale foi repleta de surpresas.
O terceiro filme do jovem realizador israelita Nadav Lapid, Synonimes, foi o vencedor do Urso de Ouro. Uma comédia existencial hilariante sobre um jovem que foge de seu país para se estabelecer na França.
O francês François Ozon venceu o Grande Prémio do Júri, com o filme Grâce à Dieu.
O filme retrata os factos verídicos relativos ao escândalo sobre abusos sexuais por parte de membros da igreja Católica na cidade francesa de Lyon, membros que a igreja se recusou a afastar. O julgamento do caso está ainda em curso.
"Permitam-me apenas agradecer a Deus," afirmou ao receber o prémio.
Cannes
No Festival de Cannes, a Palma de Ouro coube a Bong Joon-ho, um dos génios do cinema coreano.
O filme Parasite é uma fusão de géneros e de temas, uma comédia negra e drama familiar que aborda a luta de classes sociais, a ambição e a mentira.
Alegre e inteligente, a película foi um sucesso de bilheteira e foi distribuído nos Estados Unidos, onde é sério candidato a um Óscar, que seria o primeiro de sempre para um filme coreano.
O Grande Prémio do Júri do Festival foi para o primeiro filme da realizadora franco-senegalesa Mati Diop, entitulado Atlantique, sobre uma jovem africana que deixa o seu país rumo à Europa e cujo companheiro morre afogado.
Veneza
E para terminar a digressão pelo grandes festivais europeus, o Grande Prémio do Júri do Festival de Veneza foi atribuído ao novo filme de Roman Polanski, J'Accuse.
O filme Joker, do realizador norte-americano Todd Phillips e com Joaquin Phoenix como protagonista, venceu o Leão de Ouro.
A película deslumbrou os muitos fãs do Batman e não só.