Trump aumenta sanções ao Irão e quer rever acordo nuclear

O presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, reagiu, esta quarta-feira, aos ataques levados a cabo pelo Irão contra as tropas norte-americanas no Iraque, durante a madrugada.
Na Casa Branca, o presidente dos EUA disse não haver registo de vítimas. Agora, prepara-se para impor mais sanções ao Irão, tendo apelado a outros países para reverem as ligações com o regime iraniano.
"Chegou a altura de o Reino Unido, a Alemanha, França, a Rússia e a China reconhecerem esta realidade. Esses países devem romper com o que resta do acordo com o Irão", afirmou o chefe de Estado norte-americano. O apelo estendeu-se ainda à NATO, organização à qual pediu para "se envolver mais no Médio Oriente".
Trump aproveitou também a oportunidade para anunciar que os Estados Unidos já não têm qualquer dependência energética da região.
"Somos agora o principal produtor de petróleo e gás natural em todo o mundo. Somos independentes e não precisamos do petróleo do Médio Oriente", anunciou.
O presidente dos Estados Unidos afirmou ainda que as tensões com o Irão parecem estar a diminuir e a declaração teve repercussões imediatas: uma queda no preço do crude norte-americano.
Para o futuro, Trump espera agora que um novo acordo sirva melhor os iranianos.
"Temos de fazer um acordo que permita ao Irão prosperar e tirar proveito do enorme potencial por explorar que tem. O Irão pode ser um grande país. A paz e a estabilidade não podem prevalecer no Médio Oriente enquanto o Irão continuar a fomentar a violência, o ódio e a guerra".
As reações do Irão
Eram 02h00, hora local, quando as bases de Al Asad e Irbil, no Iraque, foram alvo de uma dúzia de mísseis balísticos provenientes do Irão. Nessas bases, estavam estacionadas tropas norte-americanas. O ataque foi realizado como retaliação ao assassinato de Qassem Soleimani, em Bagdad, no Iraque, na passada sexta-feira e ocorreu poucas horas depois do enterro do general iraniano.
O líder supremo do Irão, Ayatollah Ali Khamenei, já classificou o bombardeamento como "uma bofetada na cara dos Estados Unidos" e pediu o fim da presença dos EUA no Médio Oriente.
Ainda esta semana, o Irão anunciou a retirada do acordo nuclear de 2015. O país abandona os limites de enriquecimento de urânio para poder produzir armamento.