A notícia de penalizações dos EUA, sobretudo no setor metalúrgico, foi recebida sem sobressaltos
Os iranianos não temem o impacto das novas sanções impostas pelos Estados Unidos. O Secretário norte-americano do Tesouro definiu os alvos: oito funcionários do governo e as vinte maiores empresas de transformação de alumínio, ferro e cobre. É a nova fase da chamada operação de máxima pressão, que os Estados Unidos iniciaram em Maio de 2018. Nas ruas de Teerão, a notícia foi recebida sem sobressaltos.
Os Estados Unidos não esconderam as motivações: queriam obrigar o Irão a voltar à mesa das negociações. Quase dois anos depois, o objetivo continua por cumprir.
Mostafa Omid Ghaemi, especialista em mercados, explica que "são chamadas de sanções cegas. Alguns setores de produção estavam sujeitos a sanções; agora são empresas. Será difícil ter resultados destas sanções."
Analistas iranianos acreditam que o maior problema para a economia iraniana é a corrupção.
O economista Saeid Leylaz diz compreender "porque é que os americanos se focaram no setor metalúrgico do Irão. A produção aumentou nos últimos 20 meses e as exportações dispararam, criando muitos empregos. É natural que queiram controlar este setor". Mas também acrescenta que as sanções tiveram um efeito contrário. "Se o Irão exportar e importar apenas para os países vizinhos pode tornar as sanções ineficientes. A diferença entre incompetência, corrupção e sanções não está definida e isso é um problema para a economia iraniana", afirma. Para este economiasta, está feito o diagnóstico: As sanções dos EUA obrigaram o governo a alterar os procedimentos e criar novas rotas comerciais, que Teerão anuncia como mais eficientes.