Um grupo de 17 Estados-membros, onde se inclui Portugal e Itália, rejeita cortes nas políticas de coesão e querem a máxima dotação orçamental possível de modo a que a União Europeia consiga fazer face aos novos desafios.
Os líderes dos 27 Estados-membros não chegaram a acordo sobre o orçamento plurianual da União Europeia para 2021-2027.
No final do Conselho Europeu extraordinário, em Bruxelas, Angela Merkel referiu que a questão ainda não está encerrada.
"Teremos de voltar ao tema, enquanto não estiver claro. O presidente do Conselho Europeu decidirá quando."
O resultado da cimeira de quase dois dias fez sobressair a divergência de interesses entre os 27 Estados-membros da União.
A proposta apresentada na sexta-feira foi incapaz de reunir consenso. Prevaleceram as divisões acerca do montante global do orçamento e as prioridades que devem ser assumidas. Em causa está o buraco de cerca de 75 mil milhões de euros decorrente da saída do Reino Unido do bloco.
"Penso que temos uma posição muito razoável juntamente com outros países, como a Suécia, Dinamarca e Áustria. Estamos dispostos a pagar mais porque estamos a aceitar que o orçamento subirá com o crescimento económico e com a inflação. O facto de a Grã-Bretanha ter saído, e todos odiarmos isso - pelo menos eu odeio, mas agora é um facto - tem de se refletir no orçamento", referiu o primeiro-ministro dos Países Baixos, Mark Rutte.
Um grupo de 17 Estados-membros, onde se inclui Portugal e Itália, rejeita cortes nas políticas de coesão e querem a máxima dotação orçamental possível de modo a que a União Europeia consiga fazer face aos novos desafios, como referiu o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte.
"Se queremos ter uma Europa mais ambiciosa, mais verde e mais digital, se queremos mais investimento, mais crescimento, mais emprego, se queremos que a Europa ofereça subsídios muito necessários ao problemático setor agrícola... Por isso, precisamos de fornecer todos os meios financeiros necessários para atingir estes objetivos. É por isso que ainda não chegámos a um acordo".
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, tem agora de marcar a data para uma nova cimeira. O tempo urge, pois todas as etapas técnicas têm de estar concluídas até ao final do ano, caso contrário, em 2021 não haverá orçamento.