Parisienses não cumprem isolamento e invadem zonas costeiras

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De  euronews
Parisienses não cumprem isolamento e invadem zonas costeiras
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Até parece que as férias de verão chegaram mais cedo à ilha de Ré, em França. Centenas de parisienses viajaram para este destino turístico, onde muitos têm segundas habitações. Mas o país está em isolamento obrigatório devido à pandemia.

"Não estamos de férias. Estamos em confinamento. E se as pessoas vêm para as segundas habitações, então estão confinadas. Não fazem nada. Esta é a mensagem que queríamos passar, ao sermos um pouco restritivos em relação às praias e ciclovias", sublinha o autarca de La Couarde-sur-Mer, Patrick Rayon.

Na ilha de Ré, como noutros pontos da costa francesa, as autoridades tiveram de interditar as praias, devido à afluência digna de um mês de julho.

"Foram forçados a encerrar as praias, para que as pessoas não fossem para lá. Fecharam as ciclovias, para que as pessoas não andassem por aí, de bicicleta, como se estivessem de férias. E nós estamos a sofrer com isso, também", afirma a proprietária de uma loja. 

Nas redes sociais, os locais mostram a sua indignação contra o que dizem ser o egoísmo dos parisienses e alertam para a saturação inevitável dos hospitais da região. Este médico de Noirmoutiers e os colegas tentaram preparar-se da melhor maneira possível.

"Começámos a apelar a pessoal médico para que nos ajude em caso de emergência, mas os hospitais da região vão ter de enfrentar este aumento populacional. E se houver casos graves de coronavírus, não é certo que haja camas suficientes para todos. Devia ter havido uma pedagogia, que tivesse dito desde o início que era completamente proibido deslocarmo-nos por todo o país, pelas estradas ou de comboio. Não sei se viram as imagens da estação ferroviária de Montparnasse cheia de gente a apanhar comboios. Estes comboios são o local perfeito para uma propagação de vírus", realça Cyrille Vartanian, médico em Noirmoutier. 

A Noruega proibiu que as pessoas se deslocassem para as suas segundas habitações. Quem não obedecer será punido com multa de 1500 euros ou 10 dias de prisão.