60 padres católicos morreram com COVID-19 em Itália

60 padres católicos morreram com COVID-19 em Itália
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De  Ricardo Figueira

O caso mais comovente foi o do pároco de Casnigo, que rejeitou um ventilador em benefício de um doente mais jovem.

Se, em Itália, os profissionais de saúde estão na linha da frente e são a classe profissional mais sacrificada, há outra classe que também está a pagar um preço forte em tempos de epidemia: São já 60 os padres da Igreja Católica mortos por culpa da doença, dos quais 22 na diocese de Bérgamo, a mais devastada.

"Diria que estamos na segunda linha. Reconhecemos o trabalho dos médicos e enfermeiros e os riscos que correm todos os dias. Nós não corremos tantos riscos", diz Don Giuseppe Locatelli, pároco de Albino, na província de Bérgamo.

Muitos não deixaram de estar próximos dos paroquianos. O próprio Papa Francisco pediu, a 10 de março, que não tivessem medo de visitar os doentes.

"Sem saber a que ponto o vírus era perigoso, o padre da nossa paróquia continuou o trabalho. Continuou a ir a casa das pessoas e a celebrar funerais. Mesmo quando ficou infetado, não parou imediatamente", conta Gianbattista Guarini, residente na vila de Casnigo, na mesma província, cujo pároco morreu após recusar um ventilador que lhe tinha sido oferecido, dando-o a uma pessoa mais jovem.

O padre mais jovem a morrer tinha 53 anos, mas a maioria tinha mais de 70 e alguns tinham outros problemas de saúde.

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