Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor com distanciamento

UNESCO celebra o primeiro livro do dia sem eventos de proximidade públicos
UNESCO celebra o primeiro livro do dia sem eventos de proximidade públicos Direitos de autor William Fernando Martinez/AP
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De  Agência Lusa
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Efeméride é promovida pela UNESCO e em Portugal vai ser assinalado com iniciativas centradas no meio digital

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O Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor, promovido pela UNESCO e que se celebra este ano envolto em restrições devido à pandemia de covid-19, vai ser assinalado em Portugal com iniciativas literárias que apostam no digital, como passatempos, campanhas, lançamentos e vendas 'online'.

“O momento que atravessamos impôs uma realidade que nos afastou das rotinas habituais”, mas ainda assim “este reajustamento ao contexto em que vivemos, permite a celebração”, assinala a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), que desenvolveu uma campanha de apelo e estímulo à leitura, que recorre ao Facebook e ao Instagram, através dos quais os leitores são convidados a partilhar aquilo que estão a ler.

O Ministério da Cultura vai destinar 600 mil euros à aquisição de livros e antecipar a abertura das bolsas de criação literária, com um reforço de 45 mil euros, para apoiar o setor no contexto da pandemia de covid-19.

O setor livreiro tem sido um dos mais fustigados em consequência das medidas de contenção destinadas a travar a propagação do novo coronavírus, que conduziram ao encerramento de livrarias por todo o país e à quase paralisação do mercado editorial.

Hoje, no âmbito do Dia Mundial do Livro e dos direitos de Autor, o Ministério anuncia a criação de medidas de apoio destinadas ao setor do livro, que vêm complementar o pacote de medidas transversais que o Governo tem vindo a aprovar no contexto de pandemia covid-19.

Assim, foi decidido lançar um programa, no valor global de 400 mil euros, para aquisição de livros, a preço de venda ao público, dos catálogos das editoras e livrarias, até um máximo de 5 mil euros por editora e livraria.

As obras, escritas em português e por autores portugueses, serão distribuídas, em articulação com o Instituto Camões, pela Rede de Ensino de Português no Estrangeiro (Cátedras, Centros de Língua Portuguesa, Leitorados) e pela Rede de Centros Culturais, podendo versar as áreas de poesia, ficção, teatro, banda desenhada, literatura infantojuvenil e ensaio sobre artes e património cultural.

Para serem abrangidas por este programa, as editoras e livrarias têm de ser pessoas coletivas dotadas de personalidade jurídica, sediadas em Portugal e com atividade regular há pelo menos dois anos.

Segundo o Ministério da Cultura, “esta medida tem como objetivo fundamental apoiar as editoras e livrarias portuguesas no sentido de atenuar os efeitos provocados pela pandemia”.

“No concreto, vai permitir estimular e fomentar as diversas atividades ligadas à cadeia do livro e, ao mesmo tempo, reforçar o acervo bibliográfico da Rede de Ensino de Português no Estrangeiro e da Rede de Centros Culturais, promovendo o conhecimento e a divulgação internacional dos nossos autores”, especifica, em comunicado.

Outra medida prevista e já inscrita no orçamento é a adjudicação de 200 mil euros à compra de livros para bibliotecas da Rede Nacional de Bibliotecas Públicas, privilegiando as livrarias de proximidade, no quadro do Programa de Apoio ao Desenvolvimento de Serviços das Bibliotecas Públicas (PADES), para 2020.

“Assim, a aquisição global de livros soma 600 mil euros e permite o reforço, por um lado, das coleções de bibliotecas públicas em Portugal e, por outro lado, da rede de ensino português no estrangeiro e rede de centros culturais”, reforça o ministério liderado por Graça Fonseca.

O Governo decidiu ainda antecipar para maio a abertura das bolsas de criação literária, com um valor global de 180 mil euros, o que representa um reforço, no imediato, de 45 mil euros, face ao valor de 2019 e á dotação orçamental inscrita para 2020, “sem prejuízo da abertura de mais bolsas de apoio aos autores, no segundo semestre”.

Deste modo, o Ministério da Cultura irá atribuir seis bolsas anuais e 12 bolsas semestrais, apoiando 18 projetos originais de criação literária.

De acordo com a tutela, estes programas hoje anunciados inserem-se no quadro das medidas adotadas em período de emergência, vocacionadas para o curto prazo e para uma resposta mais imediata a situações de maior vulnerabilidade aos impactos da conjuntura atual do país.

São medidas que se juntam às medidas de apoio transversal que o Governo tem vindo a aprovar nas últimas semanas, para apoiar a atividade de empresas, cooperativas e associações, assim como trabalhadores dos diferentes setores da Cultura, e que incluem apoios sociais, regime ‘lay off’ simplificado, diferimento do cumprimento de obrigações perante o Estado, ou linhas de crédito à atividade, entre outras, como recorda o Ministério.

Editores livreiros associam-se à celebração

Também os editores da Leya escolheram este dia, “tão diferente dos anteriores”, para anunciar o “Próximo Capítulo”, um clube de leitura, de promoção de debate e partilha sobre livros de ficção e de não-ficção.

Esta iniciativa pretende aproximar os leitores do mundo editorial e apresenta-se como um espaço de partilha entre quem edita e promove os livros, e quem os lê.

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As inscrições decorrem entre hoje e 5 de maio, através do e-mail proximocapitulo@leya.com, e os participantes serão informados sobre os livros a ler e como adquiri-los, com condições exclusivas, na livraria 'online' da LeYa, bem como sobre as datas dos encontros, numa primeira fase através de plataforma digital e, mais adiante, presenciais.

As editoras Antígona e Orfeu Negro lançaram juntas a campanha “Adota uma livraria”, que convidou os leitores a, ao longo de dez dias, que terminam hoje, encomendarem livros através daquelas editoras, para que 30% do valor das vendas revertesse para uma livraria especifica, entre dez escolhidas, uma para cada dia.

A Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB) criou um passatempo para celebrar o Dia Mundial do Livro, convidando os leitores das bibliotecas públicas a elegerem a sua obra literária favorita.

Os resultados do passatempo #UmaBibliotecaUmLeitor são conhecidos hoje e serão anunciados os livros – adulto e infantil - preferidos dos leitores.

Outra iniciativa que parte da DGLAB é a criação de uma imagem oficial do Dia Mundial do Livro, para a qual foi convidada a ilustradora Mariana Rio, que desenhou uma ilustração dedicada à efeméride, tendo em conta que este é um ano difícil para quem faz, vende e lê livros.

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A ideia base é que as pessoas também são feitas de livros e de leituras, e por isso Mariana Rio retratou duas pessoas a conversarem e, numa espécie de radiografia ao corpo, percebe-se que também são feitos de livros.

A Bertrand Editora disponibiliza em exclusivo, e até dia 26 de abril, para venda ‘online’ oito novos livros que ficaram em suspenso entre março e abril devido à covid-19 , selecionados com o objetivo de tornar mais tranquila e produtiva a experiência dos leitores neste período.

Os livros em causa são “A Casa Alemã”, de Annette Hess, “Homo Biologicus”, de Pier-Vincenzo Piazza, “O Infame Dicionário Cómico de Língua Portuguesa”, de Eduardo Madeira, “O Livro do Seu Bebé”, de Hugo Rodrigues, “Curso de Meditação”, de Osho, “Inspiração do Monge que Vendeu o Seu Ferrari”, de Robin Sharma, “Nada a Temer”, de Julian Barnes, e “O Cérebro Consciente – Uma Longa História de Vida”, de Joseph LeDoux.

A Ideias de Ler, do grupo Porto Editora, publica hoje “O Incrível Sistema Imunitário”, de Daniel M. Davis, investigador científico e professor de Imunologia na Universidade de Manchester, obra que “revela como funciona a intrincada linha de defesa do corpo humano”.

O Dia Mundial do Livro é comemorado desde 1996, por decisão da organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), no dia 23 de abril, data que coincide com o desaparecimento de escritores como Miguel de Cervantes e William Shakespeare.

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