Meio milhão de pessoas regressa à Roménia devido à Covid-19

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De  Patricia Tavares
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Comunidade cigana envolvida em cenas violentas com a polícia.

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Durante a pandemia, centenas de milhares de cidadãos romenos decidiram voltar a casa, mas viram-se barricados no próprio país. Muitos destes cidadãos fazem parte da comunidade cigana e reuniram-se, principalmente, em comunidades mais pobres. As tensões não demoraram a aparecer entre os residentes locais e entre membros da própria comunidade. A polícia viu-se envolvida em cenários caóticos em Bucareste e foi atacada quando tentava controlar distúrbios. Cenas violentas repetiram-se um pouco por toda a região e a polícia respondeu com mão pesada.

Tem tudo a ver com a condição sócio-económica e com a marginalidade. As pessoas que vivem nestes locais são ignoradas pelas autoridades. Levantámos esta questão várias vezes - o estado não faz o seu trabalho e ignora estas comunidades há muito tempo. E, agora, vemos as consequências dessa ignorância. Isso tem acontecido também devido ao preconceito, porque estas zonas são habitadas, principalmente, por membros da comunidade cigana, mas também por outras comunidades mais desfavorecidas e na mesma condição sócio- económica.
CIPRIAN NECULA
Sociólogo

Desde meados de março, quase meio milhão de pessoas regressou à Roménia. Pessoas que temiam o impacto do novo coronavírus ou que perderam os postos de trabalho no estrangeiro. Segundo a polícia, o comportamento de uma minoria rebelde desencadeou reações violentas dos residentes locais.

A maior parte destas pessoas estava sob a influência do álcool e lembrou-se de conflitos passados entre famílias e entre indivíduos. Esses conflitos evoluíram para episódios violentos, numa altura em que todos nos sentimos frustrados e extremamente nervosos devido ao confinamento que foi levantado para nossa proteção, depois da implementação das novas regras pelas autoridades, quando estas regras são quebradas a polícia intervém imediatamente.
DAN ANTONESCU
Polícia Romena

Segundo as autoridades a criminalidade violenta em geral caíu 47% durante as semanas de confinamento, mas ainda existem incidentes isolados e a polícia permanece em estado de alerta. Aumentou as patrulhas e helicópteros supervisionam zonas considerados de consideradas de alto risco.

Como noutros países da UE, a onda sem precedentes de cidadãos que regressam complicou o trabalho das autoridades romenas na imposição do bloqueio nacional. Uma operação policial especial que consome um grande número de recursos é a última coisa que as autoridades precisam na batalha contra o coronavírus.
Mari Jeanne Ion
Euronews
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