Covid-19 acentua desigualdade social em Paris

Covid-19 acentua desigualdade social em Paris
Direitos de autor Frank Augstein/Copyright 2020 The Associated Press. All rights reserved
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De  Anelise Borges
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Moradores dos subúrbios franceses recorrem ao banco alimentar.

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As pessoas chegaram às centenas ao banco alimentar, para colmatar uma necessidade básica. Seine-Saint-Denis é a região mais pobre de França, com a maior taxa de desemprego e de habitação social do país. A pandemia de COVID19 exacerbou o impacto de anos de desigualdade. No entanto, os moradores que trabalham para minimizar os efeitos da crise sabem que o pior ainda está para vir.

Esta crise está para durar. Sabemos muito bem que não vai acabar no dia 11 de maio - está claro. O governo está a anunciar uma crise económica sem precedentes após a crise de saúde pública e as primeiras pessoas a serem afetadas por essa crise - como em todas as crises - são as que vivem em zonas como a nossa, nos subúrbios.
Mehdi Bigaderne
Associação ACLEFEU

Inicialmente encarado como sendo um "vírus igualitário", posteriormente ficou evidente que o novo coronavírus não estava a afetar a vida das pessoas da mesma forma. Para milhões de pessoas nos subúrbios franceses, esta crise tornou uma realidade difícil, ainda pior.

Pessoas no limiar dada pobreza contavam com subsídios do governo e merendas escolares para alimentarem os filhos, mas o bloqueio da França levou ao encerramento de escolas e de um grande número de programas sociais. Desapareceram também empregos informais que costumavam ser uma fonte de rendimento.

Se pensarmos nas limpezas, transportes, logística, pessoas que trabalham nos supermercados...são os trabalhadores essenciais. E assiste-se a uma espécie de contradição aqui, porque podemos achar que são essenciais, mas estão a viver em condições muito precárias.
Fabien Truong
Sociólogo

Nos subúrbios franceses, os desafios estão concentrados em pequenos apartamentos e densamente povoados. Muitas crianças não conseguem acompanhar as atividades escolares na internet e, certamente, vão perder o ano.

Uma crise pode ser descrita como uma oportunidade de mudança, neste caso um ponto de viragem no qual os trabalhadores de Saint-Denis pudessem ser reconhecidos como essenciais para o futuro do país.

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