Contestação à violência policial em França

Contestação à violência policial em França
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De  Guillaume PetitTeresa Bizarro
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Movimento "Black Lives Matter" tem protagonistas franceses

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Os protestos nos Estados Unidos contra a violência policial fizeram eco em França. Nas ruas, as manifestações lembraram Adama Traoré, um jovem de 24 anos, morto em 2016 em circunstâncias semelhantes a George Floyd, ou Mehdi Bouhouta, morto a tiro pela polícia um ano antes.

Não passa um dia sem que Myriam Bouhouta questione as razões da morte do irmão que estava em fuga, mas desarmado. À Euronews dá conta do calvário que tem vivido, com algumas pessoas a tentarem desacreditar Mehdi. Diz que o caso foi manipulado e que houve uma tentativa de ocultar o que aconteceu. Myriam acredita que se fosse ao contrário, se um polícia tivesse sido morto numa perseguição, haveria uma investigação completa. A família pede justiça.

"As vidas negras têm importância" também em França

Nas ruas de Paris ou de Lyon, a cor da pele sobe à categoria de palavra de ordem. Mais do que um simples ressoar do que se passa nos Estados Unidos, os ativistas franceses falam em causa própria. Dizem que a violência policial subiu em espiral nas últimas décadas.

Em Lyon há até uma associação de vítimas de violência policial. Naguib Allam adianta que lutam há 35 anos e que o diálogo tem sido feito de avanços e recuos. Na sua opinião, o principal problema prende-se com o facto de "a cada governo haver uma nova política de segurança".

Com protestos dos coletes amarelos quase todas as semanas, o número de queixas contra a polícia aumentou em 23 por cento em 2019. Mais de metade são acusações de excesso de violência. Imobilizações no chão com estrangulamento, ferimentos de balas de borracha. A atuação da polícia tem sido publicamente criticada. Os sindicatos rejeitam qualquer acusação de impunidade.

Thierry Clair, secretário nacional da UNSA, uma das centrais sindicais francesas, garante que não existe qualquer encobrimento nos casos de negligência. Lembra mesmo que, durante os protestos dos coletes amarelos, mais de 2 mil polícias foram feridos.

Esta segunda-feira, o ministro francês do Interior baniu a utilização do método de imobilização com joelho no pescoço. Christophe Castaner declarou uma política de tolerância zero com atitudes racistas. Uma resposta do governo às manifestações dos últimos dias.

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