O ministro das Finanças da Irlanda sucede ao português Mário Centeno na presidência do Eurogrupo.
Paschal Donohoe é o novo presidente do Eurogrupo. O ministro das Finanças da Irlanda, de centro-direita, tem pela frente um mandato de dois anos e meio e a gigantesca tarefa de liderar a recuperação económica da Europa num contexto de pandemia de covid-19 e depois dela, espera-se:
"Para mim, a prioridade imediata é assumir um papel construtivo como presidente do Eurogrupo e tentar facilitar o tipo de decisões que precisam ser tomadas rapidamente para nos permitir responder à grande crise que é a Covid-19", frisou Donohoe.
O recém-eleito líder dos ministros das finanças da Zona Euro derrotou a espanhola Nadia Calviño, que até contava com o apoio de Alemanha e França, e o liberal luxemburguês, Pierre Gramegna, que acabou por abandonar a corrida no final na primeira volta.
Donohoe - que enfrentou situações de crise no seu país, entre o risco de um Brexit sem acordo que pairou até ao final do ano passado - assumirá o cargo a 13 de julho sucedendo a Mário Centeno que abandonou a pasta das Finanças de Portugal.
*O homem que pôs a Irlanda "na linha"*
Aos 45 anos, quase 46, Paschal Donohoe é conhecido por ter posto ordem nas finanças públicas irlandesas, após uma grave recessão. Mas ele é também o homem, de entre os três candidatos ao cargo, com menos experiência nas lides europeias.
O militante do Fine Gael ocupa-se das Finanças irlandesas desde 2017 e foi o responsável pelo primeiro excedente orçamental do seu país desde a crise financeira de 2008.
Mas Donohoe poderá ser também a "pedra no sapato" de alguns, no seio do bloco forte europeu, por ser contra o aumento dos recursos financeiros da Europa e da aplicação de um imposto digital sobre os gigantes da Internet. Até porque isso iria contra os interesses do seu país, que alberga muitos dos gigantes tecnológicos dos EUA.