Juan Carlos I: De Herói da transição ao abandono do país

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Milhares de espanhóis descobrem agora o homem por detrás da lenda. Para uns, Juan Carlos é o herói da transição, para outros, um "real" desconhecido

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Felipe VI de Espanha retomou a sua agenda em Palma de Maiorca, guardando a distância dos súbditos e sem dar informações sobre o paradeiro do seu pai, que abandonou o país no dia 2 de agosto.

Sendo uma das figuras mais relevantes da história recente do país, Juan Carlos I é uma personagem emblemática para muitos espanhóis e um verdadeiro desconhecido para muitos outros.

O podcast Xrey, sobre a vida do rei emérito, tornou-se num verdadeiro sucesso, prendendo milhares de espanhóis à vida do homem por detrás da lenda.

Álvaro de Cózar, criador do podcast diz que a vida do rei está por contar.

"É uma história que os jornalistas e os políticos davam como contada, mas não é assim. Há determinados acontecimentos que ninguém conhece. Converteu-se o Juan Carlos numa estátua e quando se coloca uma pessoa num pedestal, a queda é ainda maior", afirma.

A vida de Juan Carlos foi moldada pela trágica morte do irmão, pela existência à sombra do ditador Franco, pela sua luta pela instauração da monarquia parlamentar, pelo seu gosto pelo luxo e, finalmente, pelo abandono de Espanha.

"Realmente, este teria sido o final perfeito: a evasão do monarca. Um último ato de evasão. É um tipo que luta pelo trono, mas que realmente não quer estar onde está. Creio que é uma pessoa que só quer evadir-se com as coisas de que o ser humano realmente se serve para se evadir".

Os problemas do rei começam com as gravações de Villarejo, um ex-comissário da polícia que está a ser investigado por suborno, a Corina Larssen, amiga íntima do rei. Nesta conversa, Corina sugere que Juan Carlos I transferiu para si 65 milhões de euros para esconder uma suposta comissão ilegal, que recebeu por facilitar um contrato multimilionário para empresas espanholas na Arábia Saudita.

A jornalista de investigação, Patricia López, revela: "O que ela - Corina - conta na Suíça e o que conta a Villarejo são duas histórias completamente diferentes. O que conta na Suíça é que se trata de uma prenda. Neste momento o objetivo do procurador é saber de quem é a conta, se pertencia a Juan Carlos de Borbon e se houve fraude fiscal".

"O rei emérito, Juan Carlos I, não foi até agora oficialmente acusado nem na Suíça nem em Espanha. Aqui no seu país, o procurador do Supremo Tribunal só poderá ter em conta o que ocorreu depois de 2014, altura em que perdeu a imunidade de chefe de Estado.

O rei Juan Carlos garantiu que esta é uma viagem temporária e que quer voltar a Espanha. Espera limpar o seu nome, mas os laços entre ele e o seu povo parecem ter-se rompido", conclui Jaime Velázquez, repórter da Euronews em Espanha.

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