Campo de Moria, na ilha grega Lesbos, arrasado por novos incêndios. Países europeus vão receber 400 migrantes menores desacompanhados. Governo grego restabelece distribuição de comida e avisa migrantes que não vão sair da ilha
O campo de migrantes e refugiados de Moria, na ilha grega de Lesbos, viu, novamente, esta quinta-feira, as chamas a deflagrarem em três locais que não tinham sido atingidos pelos incêndios de terça e quarta-feira.
Mais de 13 mil pessoas ficaram sem qualquer tipo de abrigo. Nos últimos dias, muitas pernoitaram em tendas improvisadas ou mesmo nas estradas.
À reportagem da euronews, no local, uma jovem afegã pede ajuda, diz que todas aquelas pessoas não têm nada para comer nem sítio para ficar...
O Governo grego decretou o estado de emergência, em Lesbos, e garantiu que a distribuição de água e comida já foi restaurada.
O porta-voz do Executivo, Stelios Petsas, afirmou que "os imigrantes fizeram isto pois pensam que se incendiarem Moria, deixarão indiscriminadamente a ilha." No entanto, deixou o aviso que só poderão sair os menores desacompanhados que já foram transferidos.
A chanceler alemã, Angela Merkel e o presidente francês, Emmanuel Macron, lançaram uma iniciativa que vai permitir a receção, por vários países europeus, de cerca de quatro centenas de menores desacompanhados.
O Governo dos Países Baixos anunciou, já, estar disponível para aceitar 100 jovens migrantes desacompanhados ou pessoas em situação vulnerável.
Para já, o Governo de Atenas garantiu que os migrantes mais vulneráveis irão pernoitar ou num navio ou em tendas provenientes de outras ilhas.
No local, o jornalista da euronews, Apostolos Staikos, conta que "o campo de Moria está destruído e ficou no passado. Centenas de refugiados e migrantes procuram abrigo em campos próximos, jardins, armazéns ou mesmo na estrada. Alguns mudam os poucos pertences, que conseguiram salvar das chamas, para os caixotes do lixo".