Agricultores mexicanos e EUA em guerra pela água

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De  Ricardo Figueira
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Um acordo bilateral de 1944 estipula a repartição das águas do Rio Colorado e Rio Bravo. Com medo de perder as colheitas, os agricultores do Estado de Chihuahua querem impedir que o México dê a sua parte.

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Se, em tempos idos, o ouro era objeto de discórdia, agora é a água que está no centro do mais recente conflito entre o México e os Estados Unidos. Os agricultores do Estado de Chihuahua estão há meses em pé-de-guerra para impedir a entrega de 378 milhões de metros cúbicos de agua, como estipula um velho acordo bilateral.

Raymundo Soto, agricultor, diz que "se sentem impotentes e desesperados, porque dependem da água e tentam poupá-la para que depois venham outros roubar essa poupança".

O acordo da discórdia foi assinado em 1944 entre os dois países. Estipula que, todos os anos, os Estados Unidos entreguem ao México 1850 milhões de metros cúbicos de agua do rio Colorado. Em troca, o México dá ao vizinho do norte um terço da corrente do Rio Bravo, numa entrega única, de cinco em cinco anos. O prazo está a terminar. Para honrar a dívida, o governo mexicano quer usar a água da barragem de La Boquilla, que está a trabalhar a cerca de 30% da capacidade.

Para impedir que o governo retirasse esta água, essencial para a produção de alimentos, os agricultores da região ocuparam a barragem, o que levou a confrontos com a polícia militar e à morte de uma mulher.

O deputado Mario Mata, do lado dos camponeses diz que "não querem violência, querem diálogo, mas há duas exigências que não são negociáveis: a primeira é a retirada dos militares da estrutura hidroagrícola de Chihuahua e a segunda, que fechem as comportas de Las Vírgenes, para que parem de extrair água concessionada".

O presidente mexicano, López Obrador, responsabiliza "grupos políticos" por esta agitação. Diz que, se o México não cumprir o acordo, os Estados Unidos podem retaliar com a imposição de taxas aduaneiras. Os agricultores respondem que apenas querem salvar as colheitas.

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