Enfermeiros de Madrid em protesto pelo cumprimento de promessas que passam por melhores salários e melhores condições de trabalho.
A euronews "seguiu os passos" de enfermeiros em Madrid. Profissionais de saúde que estão exaustos e que usam as pausas para protestar contra a carga de trabalho que a pandemia trouxe.
Horas a mais, turnos seguidos e muito poucas folgas... Exigem que seja cumprida a promessa do governo de renovar o contrato aos 10 mil profissionais colocados na primeira vaga da doença.
A porta-voz da associação de enfermeiros de Madrid, Isabel García, diz que um contrato estável, melhores salários e melhores condições de trabalho são as três exigências chave para que estes enfermeiros não abandonem a capital.
*Os centros de Saúde estão a "rebentar pelas costuras"*
Nos centros de saúde fazem-se filas à porta. O sistema está saturado devido à Covid-9. Num deles, que a euronews visitou, há enfermeiros a fazer 14 horas por dia.
É o caso de Angela que às tarefas normais que outrora tinha junta-se a Covid-19 e com ela novas infeções, contacto com pacientes infetados, exames e muitas outras responsabilidades. À euronews, a enfermeira diz que a nova dificuldade é o inverno que traz gripes. Apesar da campanha contra o vírus ter começado em outubro, Angela admite que não sabe como organizar os utentes por faltar espaço, material e de um protocolo. "Não temos protocolo, nem direção sobre como vamos lidar com tudo isso, a única coisa que sabemos é que vai ser horrível", desabafa.
Os sindicatos convocaram uma greve, para esta quarta-feira, exigindo que as condições dos trabalhadores da saúde sejam revistas porque o défice de enfermeiros já começa a afetar a saúde da população de Madrid.
O porta-voz do sindicado dos enfermeiros fala de adiamento de cirurgias por falta de profissionais e não só... O enfermeiro denuncia exames de diagnóstico adiados, muitos deles servem para diagnosticar cancro, uma doença que não espera por agendas.
De acordo com o repórter da euronews, em Madrid, o sindicato de enfermagem estima um rácio de 3,8 enfermeiros por mil habitantes na capital. Longe dos 5,7 de toda a Espanha ou dos 8,8 da OCDE, onde o país está nas últimas posições. O sindicato aponta que mais 12.000 enfermeiros seriam necessários apenas para atingir a média nacional.