Populares patrulham ruas da capital do Quirguistão

Uma noite tensa, mas sem notícia de conflitos no Quirguistão. Patrulhas populares garantiram a calma nas ruas de Bichkek. No rescaldo das eleições de domingo, a capital foi palco de vários confrontos.
A Comissão Nacional de Eleições anulou o resultado do escrutínio e o primeiro-ministro Kubatbek Boronov, em funções apenas desde junho, demitiu-se.
Nas ruas pede-se uma renovação profunda da classe política. "Legisladores limpos que trabalhem para as pessoas", nas palavras de um manifestante.
Os opositores ao presidente Sooronbay Jeenbekov varreram a capital. Entraram nos principais edifícios oficiais, incluindo o gabinete presidencial. Reclamaram na altura a tomada de poder.
Os tumultos surgiram com acusações de fraude logo após o anúncio dos resultados das eleições que davam a maioria a dois partidos ligados ao presidente quirguiz.
Os partidos Birimdik (centro-esquerda) e Mekenim Kirghizstan (Minha Pátria Quirguistão, de direita), a favor de uma integração mais estreita de Bichkek na União Económica Euro-asiática, promovida por Moscovo, ganharam cada um 25% dos votos, depois de 98% do escrutínio já ter sido apurado.
O Birimdik tem o irmão mais novo do Presidente e também ex-chefe do parlamento nas suas fileiras, Asylbek Jeenbekov, enquanto o Mekenim Kirghizstan é suspeito de representar os interesses do clã de Rayimbek Matraimov, um antigo responsável da alfândega alvo de protestos anticorrupção no ano passado.
Jeenbekov, no poder desde 2017, não comentou as acusações. Numa entrevista divulgada na noite de terça-feira manifestou-se apenas disponível para dialogar com a oposição enquanto "presidente legítimo".